Avaliação externa de escolas: do desempenho das escolas às perceções dos docentes sobre os efeitos no decorrer do terceiro ciclo avaliativo
Resumo
Na sequência das mudanças no terceiro ciclo da Avaliação Externa de Escolas (AEE), importa conhecer o desempenho das escolas já avaliadas, bem como efeitos deste processo na perceção dos docentes. Procedeu-se a estudo documental centrado na análise das classificações nos domínios do quadro de referência em 148 relatórios, disponíveis na página da IGEC até 2022, de escolas avaliadas no 3.º ciclo de AEE, e a um estudo de inquérito por questionário a docentes. Participaram no inquérito 45 docentes de sete agrupamentos de escolas e de uma escola não agrupada da Região Centro, que frequentavam uma ação de formação no âmbito deste ciclo avaliativo. Recolheram-se dados sociodemográficos e respostas a uma escala com 31 itens sobre efeitos da AEE na Escola, Currículo, Sala de aula, Autoavaliação, Comunidade, e argumentos favoráveis e desfavoráveis relativamente ao processo de AEE.
Os resultados, com base em estatística descritiva, apontam para um padrão de classificações idêntico para o ensino público e particular e cooperativo. Destaca-se a predominância do nível Bom, seguido de Muito Bom para os domínios Resultados e Prestação do Serviço Educativo, invertendo-se estes níveis no caso da Liderança e Gestão, enquanto no domínio da Autoavaliação, o Bom, classificação mais frequente, é seguido de Suficiente. As classificações de Insuficiente e de Excelente são pouco frequentes.
A perceção dos efeitos da AEE é positiva em todas as dimensões, particularmente na Autoavaliação, ainda que a frequência de indecisão indicie alguma reserva na adesão à AEE, sendo esta mais acentuada na perceção dos efeitos em Sala de Aula e Currículo. Os argumentos produzidos sobre a AEE revelam maioritariamente aspetos críticos.
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