Aprendizagem e representações do português língua de herança por lusodescendentes em França em contextos não formais
Resumo
O papel do português língua de herança (PLH) em contexto migratório não tem ocupado as agendas investigativas. Os estudos existentes não focam a natureza da Língua Portuguesa (LP) dentro das próprias Associações, nem a forma como elas colidem ou são consistentes com as representações dos membros das comunidades e com as dos professores e lusodescendentes que circulam a elas associadas.
Neste texto, colocamos o enfoque no ensino-aprendizagem da LP em contexto associativo em França - mais concretamente, na transmissão de uma história e de uma língua ao longo de três gerações de lusodescendentes, tendo como referência um território de origem – real ou imaginário. Visamos, em particular, mostrar as relações entre práticas langagières e processos de identificação dos jovens da região parisiense, analisadas na dialética do Mesmo e do Outro, com o principal intuito de problematizar a forma como os lusodescendentes vivem as representações linguísticas de (des)valorização que o Outro concebe e lhes reenvia.
Os dois polos de referência identitária – o país de origem da família, Portugal, e o país de acolhimento dos pais, França - parecem atrair-se e repelir-se. Para além disso, da análise das referidas práticas langagières, sobressai um bricolage identitário e linguístico permanente, que se acomoda a uma vivência por vezes difícil de assumir.
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