Promoção de saúde nas escolas europeias: relato da sua monitorização

  • Marcelo Coppi Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora
  • Hugo Oliveira Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora https://orcid.org/0000-0002-6802-1604
  • Ana Maria Cristóvão Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora https://orcid.org/0000-0002-2276-9254
  • Filipa Tirapicos Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora
  • Jorge Bonito Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora https://orcid.org/0000-0002-5600-0363
Palavras-chave: Educação para a saúde, Escolas Promotoras de Saúde na Europa, Relatórios de monitorização

Resumo

A Organização Mundial da Saúde criou, em 1991, a Rede Europeia de Escolas Promotoras da Saúde. Posteriormente, em 2017, foi criada a rede de Schools for Health in Europe (SHE), com o objetivo melhorar a saúde das crianças e jovens na Europa, através de um enfoque específico nas escolas. Vários países europeus fazem parte desta rede e criaram a abordagem escolas promotoras de saúde com o objetivo de implementarem planos estruturados e sistemáticos de promoção da saúde nas escolas. A SHE monitoriza a implementação da saúde escolar nos países membros, elaborando um relatório para cada país. O presente artigo apresenta uma análise dos últimos relatórios de monitorização, de 2020, de 14 países da União Europeia. O estudo recorreu a uma abordagem qualitativa através da técnica de análise documental. A análise conclui que, embora muitas escolas da União Europeia sejam escolas promotoras de saúde, nem todas seguem a abordagem da educação para a saúde no planeamento das suas atividades. Os principais temas abordados são a atividade física, ex aequo, com a alimentação saudável. É possível identificar o principal elemento facilitador da promoção de saúde em contexto escolar: colaboração intersectorial entre os setores da saúde e da educação. Por último, verifica-se que a principal barreira à implementação da promoção de saúde consiste no sentimento de sobrecarga manifestada pelos professores.

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Biografias do Autor

Hugo Oliveira, Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora

Membro integrado não-doutorado do Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora (CIEP-UÉ). Doutorando em Ciências da Educação (Universidade de Évora, Portugal). Mestre em Supervisão Pedagógica (Universidade da Beira Interior, Portugal). Licenciado em Ensino de Biologia e Geologia (Universidade de Évora, Portugal). Bolseiro de Investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Portugal). 

Jorge Bonito, Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora

Doutorado em Ciências da Educação (Universidade de Coimbra, Portugal). Mestre em Geociências - Processos Geológicos (Universidade de Coimbra). Agregado em Ciências da Educação - Educação para a Saúde (Universidade de Aveiro, Portugal). Licenciado em Ensino de Biologia e Geologia (Universidade de Évora, Portugal). Licenciado em Solicitadoria - Ciências Jurídicas (Instituto Politécnico de Beja, Portugal). Pós-graduado em Prevenção de Riscos e Promoção da Saúde (Universidad Nacional de Educación a Distancia, Espanha). Pós-graduado em Proteção Civil (Universidade Aberta e Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal). Professor Catedrático na Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora. Membro do Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora. Membro do Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro.

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Publicado
2024-07-31
Como Citar
Coppi, M., Oliveira, H., Maria Cristóvão, A., Tirapicos, F., & Bonito, J. (2024). Promoção de saúde nas escolas europeias: relato da sua monitorização. Indagatio Didactica, 16(2), 131-150. https://doi.org/10.34624/id.v16i2.35173
Secção
Desenvolvimento Curricular e Didática