Investigação qualitativa: contributos para a sua melhor compreensão e condução
Resumo
Este texto discute as caraterísticas das investigações qualitativas, delineadas na sua evolução histórica, com especial incidência nas últimas décadas do século XX, relacionando-as com questões de variada ordem. Igualmente, clarifica o perfil e o papel dos/as investigadores/as qualitativos/as e oferece explicações sobre os critérios de avaliação destes estudos. Do ponto de vista metodológico, efetua-se uma revisão bibliográfica seletiva, consultando obras de referência, cujas buscas limitam-se aos períodos recentes, de forma a captar tendências. Deste modo, surgem várias conclusões. Os estudos qualitativos baseiam-se em enfoques que, por sua vez, se sustentam num paradigma geral, definido pelos seus aspetos ontológicos, epistemológicos, metodológicos, axiológicos e retóricos. Igualmente possuem quatro pontos cardeais: a concordância entre teorias e métodos; o emprego das perspetivas dos sujeitos; o emprego da autorreflexão; a variedade de enfoques e de métodos. Ainda, apresentam um caráter indutivo, holista, humanista, naturalista; um desenho flexível e emergente. Na sua condução influem a natureza dos problemas e as inclinações pessoais dos/as investigadores/as, que devem controlar a subjetividade e atuar com tolerância e confiança. Os estudos qualitativos são avaliados pelo/a: consistência; autenticidade; transferência; variação; encaixe. Tais critérios possuem um enquadramento próprio, não podendo ser confundidos com os significados que lhes são atribuídos noutros contextos.
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