Sob o véu da linguagem: desafios e impasses no estudo das identidades
Resumo
O presente artigo propõe uma reflexão sobre os impasses e desafios metodológicos em pesquisas que abordam o tema das identidades. Não se trata de confrontar diferentes perspectivas teóricas, antes, porém, o que se pretende é analisar o alcance e o potencial explicativo dos recursos metodológicos empregados nas pesquisas empríricas sobre o referido tema. Para nutrir essa reflexão usamos como exemplo os resultados de uma pesquisa de campo ainda em andamento e que tem como objetivo: analisar a constituição de identidades entre trabalhadores sazonais do corte da cana de açúcar no Brasil. Apesar da especificidade do contexto de trabalho analisado, que é rural, precário, sazonal e que motiva migrações para outros estados; o intuito aqui é o de problematizar o desenho metodológico da pesquisa bem como os recursos analíticos usados, tais como: entrevistas, etnografia, observação de campo, entre outros. Com isso, inverte-se o caminho. A questão passa a ser não o que determinada teoria informa sobre o estudo das identidades, mas o quanto determinado método informa sobre o tema das identidades. Iquirir sobre identidades é tratar do subjetivo, das percepções, da imagem e das representações simbólicas; estas, por seu turno, não se deixam flagrar à primeia vista. Espera-se, por essa razão, sublinhar a importância do “contexto de fala” em pesquisas com esse tema.
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