Um olhar qualitativo sobre a percepção de finitude na terceira idade
Resumo
O tornar-se idoso traz consigo inúmeras mudanças físicas, psicológicas e sociais para o indivíduo que ultrapassa esse processo, uma delas é a proximidade da morte. Esta pode se mostrar com diversos significados, despertando sentimentos variados, desde os mais depreciativos, como desintegração e sofrimento, até um fascínio e a ideia de descanso. Objetivo: compreender como os idosos do sexo masculino e feminino significam a morte, ressaltando as similaridades e diferenças entre os dois grupos. Método: participaram do estudo 10 idosos, sendo 5 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com média de idade de 81,5 anos, variando de 60 a 90 anos. Os participantes responderam a um roteiro de entrevista semi-estruturado. Os dados foram analisados mediante a análise de conteúdo de Bardin. Resultados e Discussão: A partir da análise dos conteúdos emergiram 2 classes temáticas, 7 categorias e 15 subcategorias: Na primeira classe temática, contextualização do modo de vida, apareceram 4 categorias: 1- Atividades desempenhadas no passado (agricultura e outras); 2-Atividades desempenhadas no presente (ausência e presença); 3- Convivência (com familiares, com outros e vive sozinho) e 4- Problemas de saúde. Na segunda classe temática, morte, emergiram 3 categorias: 1-Sofrimento psíquico; 2- Vivências e 3– Elaborações cognitivas (finitude, visão positiva, visão negativa, mudança de vida, descanso, indefinido, naturalização e religiosidade). Conclusão: Os participantes do estudo apontaram para uma compreensão de morte relacionada à naturalização, a ideia de finitude e a religiosidade, além de ser um fenômeno que acarreta muito sofrimento psíquico, sendo tanto o sofrimento, quanto as outras subcategorias justificadas por uma vivência intensa com o fenômeno da morte por estes idosos. A variável gênero também mostrou-se relevante. Este estudo poderá subsidiar programas que promovam uma visão melhor elaborada sobre o tema “morte” promovendo aos idosos uma convivência mais saudável, psicologicamente falando, com a ideia da morte.
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