Tecnologia Ancestral nas Comunidades Quilombolas: Um Diálogo com os Estudos em Ciência, Tecnologia, Sociedade e as Casas de farinha

Débora Lázara Rosa; Manuella Villar Amado

doi:10.34624/id.v16i3.38607

Débora Lázara Rosa Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo / IFES Vila Velha https://orcid.org/0000-0001-6905-2237
Manuella Villar Amado Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo / IFES Vila Velha https://orcid.org/0000-0003-2405-0320

DOI: https://doi.org/10.34624/id.v16i3.38607

Palavras-chave: Saberes ancestrais, Comunidade Tradicional, Ensino de Ciências, Educação Intercultural, Projeto Rio Doce Escolar

Resumo

O estudo proposto visa analisar o potencial das Casas de Farinha na comunidade Quilombola do Degredo, localizada no município de Linhares/ES/Brasil, enquanto um espaço de aprendizagens, à luz da abordagem CTS. Tal proposta busca integrar os saberes socioambientais das Comunidades Quilombolas ao ensino de Ciências com as práticas pedagógicas desenvolvidas em um curso de Especialização em Educação Ambiental no Projeto Rio Doce Escolar (PRDE). O objetivo é estabelecer uma interface colaborativa entre o grupo de aprendentes do projeto e o Mestre dos saberes ancestrais da Casa de Farinha, visando à divulgação dos saberes interculturais mobilizados ao longo do processo formativo através da produção de sequências de ensino inspiradas nas Unidades de Cruzamento Cultural de Ciência e Tecnologia (UCCCT) desenvolvidas por (AIKENHEAD, 2000), nesse estudo, denominadas por Brasil (2019) de Unidade de Mediação Cultural em Ciência e Tecnologia (UMCCT). A metodologia da pesquisa se baseou na abordagem etnográfica a partir dos estudos CTS sob a perspectiva crítica freiriana. Os resultados indicam a conexão entre as Casas de Farinha e a perspectiva CTS, ao considerar as dimensões científicas, tecnológicas e sociais das práticas ancestrais das comunidades Quilombolas, e a complexidade das interações entre conhecimento científico, conhecimento tecnológico e valores culturais, permitindo rupturas com formas únicas de produção de conhecimento ao reconhecer a interconexão entre ciência, tecnologia, sociedade e cultura.

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