Ciência, Tecnologia e Sociedade na Extensão Universitária: análise dos projetos extensionistas no campus Lagoa do Sino da UFSCar

Joyce Fico Ramalhães de Souza; Bruno Rafael Santos de Cerqueira

doi:10.34624/id.v16i3.38511

Joyce Fico Ramalhães de Souza Universidade Federal do ABC https://orcid.org/0000-0003-2470-4312
Bruno Rafael Santos de Cerqueira Universidade Federal do ABC https://orcid.org/0000-0002-2625-9788

DOI: https://doi.org/10.34624/id.v16i3.38511

Palavras-chave: Alfabetização científica, Desenvolvimento regional, Extensão universitária rural, Inclusão social

Resumo

A extensão universitária desempenha um papel essencial na interação entre universidade e sociedade, promovendo o desenvolvimento regional, o empoderamento das comunidades desfavorecidas e a adaptação às demandas contemporâneas. Este estudo investiga as atividades de extensão em um campus da Universidade Federal de São Carlos, situado em uma região agrícola com baixo Índice de Desenvolvimento Humano. A análise enfoca os projetos de extensão realizados entre 2014 e 2021, examinando suas áreas temáticas, características e integração com a abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). A extensão universitária, historicamente centrada no modelo assistencialista, é analisada à luz das contribuições de Paulo Freire e da perspectiva CTS, visando traçar perspectivas para uma prática educativa mais participativa, inclusiva e transformadora. Os resultados revelam que, entre 2014 e 2021, o campus Lagoa do Sino registrou um total de 336 projetos de extensão, distribuídos em oito áreas temáticas. Observa-se que áreas como Ciências Agrárias e Multidisciplinar lideram em número de projetos, refletindo o contexto do campus. Uma parcela significativa de projetos que não incluem a comunidade local sugere a necessidade de fortalecer o compromisso da extensão com a sociedade. Evidencia-se que alguns projetos estão bastante alinhados aos princípios CTS e à visão de uma educação libertadora proposta por Freire, não sendo, contudo, a norma. Essa reflexão aponta para a importância de uma visão extensionista verdadeiramente engajada e emancipatória, capaz de enfrentar os desafios reais da região e promover mudanças sociais significativas.

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