A escrita exige determinação ao aluno com dislexia?
Resumo
A viragem do século trouxe novas exigências ao contexto educativo e à formação do cidadão ativo. A escola atual secundariza, paulatinamente, a transmissão de conhecimento pois pretende-se cada vez mais um espaço de partilha e construção de saber convocando para além das competências cognitivas, as competências emocionais e afetivas. Assiste-se à necessidade de promover nos professores e, principalmente, nos alunos, uma atitude mental dinâmica, que valorize o desafio, a autodisciplina e o esforço para que se atinja o sucesso.
O estudo, com alunos do 7.º ano do Ensino Básico de uma escola do distrito de Leiria, inseridos na investigação-ação, sobre o papel da determinação na produção textual, pretende dar resposta à questão: O nível de esforço apresentado pelos alunos com dislexia reflete-se positivamente no seu desempenho de produção textual?
Todos os alunos responderam à escala de Grit, de Duckworth (2016), e a questionários sobre a sua escrita, no início e no final do ano letivo (2019-2020), e em cada sessão de escrita semanal, na aula de Português, registaram o nível de esforço investido aquando da realização da tarefa.
Dos seis alunos com dislexia, na escala de Grit, um aumentou a pontuação, dois mantiveram e três baixaram. Apesar destes resultados, na produção textual, verifica-se globalmente uma melhoria nas diferentes dimensões: ortográfica, morfossintática e de estrutura e progressão textual. Conclui-se que os alunos registam um desempenho textual com mais qualidade ainda que na sua determinação e no seu esforço quantitativamente não se tenha verificado um aumento significativo.
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