Atitudes face às alterações climáticas e eventos extremos: o caso da Região Autónoma da Madeira
Resumo
As regiões insulares enfrentam desafios ambientais crescentes, em parte decorrentes das alterações climáticas em curso. Os impactos das mesmas afiguram-se potencialmente disruptivos ao nível da atividade turística, principal setor económico na generalidade das regiões insulares. Este artigo analisa as atitudes dos turistas relativamente a um conjunto de temas na interseção da temática dos desastres naturais e das alterações climáticas. Embora a Região Autónoma da Madeira (RAM) continue a oferecer índices de satisfação elevados em termos da experiência turística, e tenha recuperado das perdas associadas aos eventos do 20 de fevereiro de 2010, o relevar da gestão atempada de crises não pode ser mais adiado ou menorizado. Os resultados do estudo resultam da análise de um questionário distribuído a uma amostra de cerca de 300 turistas. Embora se constate uma apreciação geral positiva do destino e elevadas taxas declaradas de intenção de retorno ao destino, a importância e dependência do fator “clima ameno” na experiência são bem patentes na seleção do destino. É também patente o reflexo das condições climatéricas mais desfavoráveis na apreciação global da estadia, o que adiciona um elemento probabilístico à gestão do dia a dia por parte dos turistas. Os resultados do estudo sugerem que os operadores devem reforçar os pontos fortes do destino e acomodar as expetativas dos turistas através da gestão das estadias condicionadas por episódios de tempo menos favorável.