Instituições e o desenvolvimento do enoturismo: Reflexões sobre o Alto Douro Vinhateiro (Portugal) e o Vale Dos Vinhedos (Brasil)
Resumo
Este artigo analisa os incentivos e restrições institucionais ao desenvolvimento do enoturismo nos territórios Alto Douro (Portugal) e Vale dos Vinhedos (Brasil). Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, em que foram realizadas pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas e aplicação de questionário com escala Likert a representantes de 8 vinícolas situadas no Alto Douro Vinhateiro e 13 vinícolas localizadas no Vale dos Vinhedos, no período de junho de 2019 a março de 2020. Os resultados indicam que a interação institucional propiciou um quadro de oportunidades para as vinícolas investirem no enoturismo. No Vale dos Vinhedos, destaca-se a institucionalização da Indicação Geográfica como principal incentivador do enoturismo. No Alto Douro, a institucionalização de sua paisagem como patrimônio cultural da Humanidade atuou como principal incentivador do enoturismo, estabelecendo uma atuação sinérgica das instituições que melhoraram os acessos à região e propiciaram uma conjuntura incentivadora para os investimentos privados. Conclui-se que o enoturismo nestes territórios é resultado da eficiência adaptativa, ou seja, da capacidade que as vinícolas tiveram de se adaptar frente às incertezas, adversidades e mudanças institucionais e ambientais que surgiram ao longo do tempo.