The challenge of xenophobia for international tourism: A case study of Salzburg

Resumo

Diversos países da União Europeia vêm sofrendo as consequências da crise financeira e económica global a diferentes níveis. Um dos efeitos, em termos sociais, da crise parece ser a renacionalização, a renascença de valores, que preserva a ordem e rejeita o igualitarismo e a tolerância. Tais desenvolvimentos na Europa podem também afetar o turismo internacional. Minorias étnicas presentes na indústria do turismo, bem como turistas de determinados países, podem vir a encontrar-se em dificuldades devido a certas tendências racistas (também a nível cultural).
Este artigo apresenta um estudo de caso sobre preconceito étnico em Salzburgo e ressalta que atitudes negativas para com imigrantes são predominantes na sociedade austríaca. Entre abril e junho (2009), foram entrevistados habitantes (n= 253) da comunidade autóctone em Salzburgo (sem histórico de imigração). O objetivo do questionário padronizado é aferir como a sociedade anfitriã avalia as condições de vida de estrangeiros em Salzburgo, proporcionar uma visão das relações interculturais de certos grupos de imigrantes, bem como investigar quais os fatores individuais, estruturais ou sociais que influenciam o preconceito étnico. O estudo mostra como a sociedade anfitriã interpreta a situação demográfica e socioeconómica dos imigrantes de forma bastante realista, demonstrando, porém, alto nível de xenofobia para com grupos específicos.
É preciso concluir, portanto, que mesmo uma cidade familiarizada com inúmeras culturas distintas, como consequência da forte procura do turismo mundial, não está imune ao preconceito étnico, especialmente dirigido a grupos de maior distância social da população local (por exemplo, muçulmanos). Isto pode levar a certas implicações para o turismo no futuro. O preconceito étnico pode levar a mal-entendidos entre culturas, relações hóspede-anfitrião  problemáticas, e afetar imigrantes empregados no setor turístico.