Educação e prática docente: uma análise sobre os docentes de cursos superiores de turismo dos Institutos Federais do Brasil e Institutos Politécnicos de Portugal

Resumo

A construção do perfil profissional adequado para a área do turismo, caso queira atender às novas demandas e expectativas do mundo do trabalho, requererá o desenvolvimento de competências essenciais nos futuros profissionais, assim como um formador capaz de responder a esses desafios. Constitui objetivo desta pesquisa, analisar os novos modos de organização do trabalho e as metacompetências necessárias para a renovação qualitativa do perfil profissional na área da hotelaria, restauração e turismo Utilizou-se, como base para compreender essa situação, um estudo de caso comparativo entre Cursos Superiores de Turismo ofertados pelos Institutos Federais do Brasil e os Institutos Politécnicos de Portugal, cuja pesquisa de campo aconteceu entre os meses de outubro de 2015 a abril de 2016 e envolveu cerca de 70 docentes e 25 Instituições de ambos os países. As principais conclusões apontam para muitas similitudes entre os dois grupos de docentes, em especial, no que se refere aos procedimentos didáticos utilizados, às matrizes curriculares dos cursos, ao número de alunos por sala de aula, à titulação, entre outras. No entanto, algumas discrepâncias entre os dois grupos merecem destaque, tais como: a carga horária semanal de aulas; a autoria dos planos de disciplina e, sobretudo, a produção científica específica e a participação em eventos científicos na área, na qual os percentuais dos docentes portugueses representam mais do que o dobro do percentual dos seus colegas brasileiros. Acerca dos desafios na prática docente em cursos de turismo, observou-se que tanto no Brasil como em Portugal, não há dificuldades incontornáveis. Entre as maiores dificuldades apontadas pelos professores (de ambos os países) está a deficiente base educacional dos alunos. Esse estudo conclui que, embora ainda não tenham sido realizadas muitas pesquisas sobre o tema da formação do docente que atua em Cursos Superiores de Turismo, ações de formação inicial e continuada, especialmente concebida para docentes desses cursos, devem sempre considerar a perspectiva da interdisciplinaridade.