Metafórica da tradução no contexto português contemporâneo: alguns exemplos
Resumo
A complexidade da tradução tem levado a que, desde a Antiguidade, seja frequente o recurso à expressão indirecta e analógica para tentar apreender o fenómeno. Em grande parte de carácter intuitivo, quase sempre plásticas e apelativas, as múltiplas metáforas aduzidas para referir a tradução são interessantes pela dimensão pedagógica que podem assumir, pelo conteúdo teórico e pragmático que denunciam e ainda pelo valor heurístico que lhes assiste na construção de modelos conceptuais. No presente estudo enunciam-se testemunhos colhidos em cinco autores portugueses contemporâneos – Paulo Quintela, Miguel Torga, Natércia Freire, José Bento, Vasco Graça Moura –, comentando-se as posições teóricas implícitas nas metáforas com que se acercam do fenómeno tradutivo. À excepção de Torga, familiarizado com a tradução pelo contacto com Quintela e enquanto escritor largamente traduzido, os autores estudados são tradutores e/ou tradutores-poetas com larga experiência no campo. Nos depoimentos analisados, que podem assumir a forma de poemas, somos confrontados com o modo como se posicionam perante a tradução, como avaliam o trabalho próprio ou o de outros, e com o estatuto e a função que atribuem ao texto traduzido.
Direitos de Autor (c) 2021 RUA-L: Revista da Universidade de Aveiro. Letras
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.