A liderança transformacional e as organizações positivas

Alimentando o debate com a autoetnografia

  • Manuel Luís Au-Yong-Oliveira GOVCOPP, University of Aveiro
Palavras-chave: transparência, objetivos, cultura nacional, cegueira cultural, proficiência cultural

Resumo

Este artigo pretende ser uma discussão sobre a liderança transformacional e que deverá existir em organizações positivas (onde há uma meritocracia reinante; versus as organizações negativas mais regidas pela relação e pelos contactos do que pela competência e em prol dos objetivos estratégicos da organização). O discurso é relativamente informal e baseia-se na experiência do autor de mais de 35 anos em empresas e organizações de diversa espécie (com e sem fins lucrativos; de fabrico; de serviços; de consultoria; PMEs mas também multinacionais). O artigo é assim um ensaio autoetnográfico – “auto” pois se parece com uma autobiografia; “etnográfico” pois tem em vista perspetivas culturais. Alguns exemplos dados sobre como funcionam diferentes culturas na prática, indiciam a dificuldade de se ser um(a) líder transformacional – onde os colaboradores se sentirão motivados, satisfeitos, empoderados, psicologicamente seguros e aproveitados, levando a um desempenho superior da organização. Aborda-se a questão de a cultura ser um elemento estável das pessoas e refere-se a questão da cegueira cultural, que pressupõe que se desconhece ou que não se tem competência face a uma cultura específica. Não se pretendem dar fórmulas, mas sim sugerir que ser transparente, dar objetivos claros (com datas a cumprir), fazer saber o que é mau e o que é bom, que conduzirão como consequência à construção de uma cultura eficaz e empreendedora – onde haverá lugar para a liderança transformacional. A liderança transformacional dependerá ainda de quatro fatores-chave: a meritocracia, a proficiência cultural, os objetivos estratégicos da organização, e o ser uma organização positiva.

Publicado
2023-06-12