Influência da temperatura na toxicidade de cobre em girinos de rã verde Pelophylax perezi
Fátima Pinto Brandão
Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Sérgio Marques
Departamento de Biologia & CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), Universidade de Aveiro
Sara Rodrigues
Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Bárbara Santos
Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Cátia Venâncio
Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Ruth Pereira
Departamento de Biologia & CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), Universidade de Aveiro
Manuel Ortiz-Santaliestra
Instituto de Investigación en Recursos Cinegéticos CSIC-UCLM-JCCM, Grupo de Toxicología de Fauna Silvestre, Universidade Ciudad Real La Mancha
Amadeu M. V. M. Soares
Departamento de Biologia & CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), Universidade de Aveiro
Fernando Gonçalves
Departamento de Biologia & CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), Universidade de Aveiro
Isabel Lopes
Departamento de Biologia & CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar), Universidade de Aveiro
A contaminação por metais é um problema global e um dos principais factores responsáveis pelo declínio, a nível mundial, de populações de anfíbios. Este grupo de organismos tem sido identificado como muito sensível a contaminação antropogénica, pelo que, são comummente utilizados como bioindicadores de contaminação ambiental. Paralelamente a esta, também as alterações climáticas (e.g. aumento da temperatura média), têm vindo a provocar efeitos adversos nos ecossistemas aquáticos. Assim, este estudo pretendeu avaliar o efeito da temperatura na toxicidade do cobre em girinos de rã verde (Pelophylax perezi). Para tal, girinos no estádio Gosner 21-22 foram expostos durante 96h a várias concentrações de cobre a 20 e 23ºC. No decorrer e no final dos ensaios foram monitorizados diversos parâmetros: taxa de mortalidade, ocorrência de malformações, estádios de desenvolvimento e comprimento dos girinos. A mortalidade foi registada a cada 24 horas, e observou-se que na concentração mais elevada de cobre ocorreu 100% de mortalidade. No final da exposição, os girinos expostos às restantes concentrações mais elevadas de cobre apresentaram malformações e menor comprimento. Relativamente ao efeito da temperatura, o CL50 foi inferior na temperatura de 20°C, contudo não se observou interacção entre a temperatura e toxicidade do cobre. Em ambas as temperaturas testadas foram observadas diferenças significativas no comprimento dos girinos expostos às concentrações de cobre, relativamente aos do controlo.