Chamada de artigos para a RUA-L (2021)

Literatura & Cinema

Metade dos filmes produzidos foi inspirada ou baseada em obras literárias, quase sempre romances de êxito.  Na base deste fenómeno, encontram-se razões de ordem comercial e artística. Para os cineastas, a adaptação cinematográfica apresenta uma nítida vantagem: o argumento fílmico assenta num livro que já conquistou os leitores, e, se for adequadamente transposto para o cinema, o sucesso pode repetir-se. Para os romancistas, também a aliança entre a literatura e o cinema pode ser lucrativa. Por exemplo, Ernest Hemingway auferiu 150 mil dólares pela adaptação da novela O velho e o mar. Similarmente, no início do novo milénio, J. K. Rowling, a autora da saga Harry Potter, vendeu o direito de adaptar os seus romances ao cinema por nada menos do que um milhão de libras.

No entanto, a adaptação cinematográfica acarreta dois desafios essenciais: em primeiro lugar, a linguagem literária e a audiovisual são diferentes; em segundo, o processo de transposição implica riscos comerciais e artísticos, pois um «best-seller» já detém uma reputação sólida entre os leitores e a crítica especializada. Quando um espetador entra numa sala de espetáculos para ver uma adaptação cinematográfica, traz consigo um horizonte de expetativas construído com base na sua leitura, e pode sentir-se frustrado pelas opções tomadas pelo guionista e pelo realizador.

Propõe-se, assim, que sejam apresentados textos que contribuam para a reflexão e discussão dos seguintes aspetos:

  • Desafios da adaptação cinematográfica;
  • Estratégias e processos de adaptação cinematográfica: mudanças nas personagens, perspetiva, enredo, espaço, tempo, etc.;
  • Linguagem literária linguagem audiovisual;
  • Fidelidade e liberdade criativa;
  • Níveis de adaptação;
  • Filmes baseados em contos, novelas ou romances;
  • Contos, novelas ou romances adaptados de filmes.

 

Coordenador: João de Mancelos
Data limite de submissão: 30 de outubro de 2021
Enviar submissão de artigos para mancelos@ua.pt

 

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