Análise de atenuadores discursivos em artigos científicos da área médica – um estudo contrastivo alemão-português

  • Katrin Herget Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. Membro do Centro de Línguas, Literaturas e Culturas (CLLC) da mesma Universidade
  • Teresa Alegre Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. Membro do Centro de Línguas, Literaturas e Culturas (CLLC) da mesma Universidade
Palavras-chave: Atenuadores discursivos, Estudo contrastivo alemão‑português, Artigo científico, Corpus comparável

Resumo

O recurso a atenuadores discursivos tem sido, nas últimas décadas, objeto de estudo em diversas línguas e em vários domínios de especialidade, dado que constitui parte integrante do discurso científico. No presente artigo ocupamo‑nos da análise contrastiva de atenuadores discursivos em artigos científicos do domínio da medicina, em alemão e em português. Com este estudo, pretende‑se contribuir para uma sistematização das categorias de atenuadores, que carecem ainda de reflexão neste par de línguas. Com base na categorização de hedges (atenuadores discursivos) criada por Salager‑Meyer (1994, 1995) para a língua inglesa no âmbito deste género textual, apresentamos um modelo, a partir do qual foram identificadas e extraídas as ocorrências de atenuadores discursivos nos corpora em análise. O estudo contrastivo foi realizado com recurso a corpora comparáveis de vinte artigos científicos pertencentes a cada uma das respetivas línguas. A análise dos corpora foi apoiada pela ferramenta de concordâncias AntConc versão 4.1.1 (Anthony, 2022), através da qual foram identificados os atenuadores mais representativos dos textos selecionados, de acordo com as categorias previamente estabelecidas: (1) Hedges, (2) Aproximadores, (3) Expressões de dúvida e (4) Atenuadores em cadeia. Para cada uma destas categorias, os marcadores discursivos foram contrastados nas duas línguas, de modo a tirar conclusões sobre o uso da atenuação nos artigos médicos. A categoria dos atenuadores em cadeia revelou‑se particularmente interessante para estudos futuros, dada a sua complexidade e difícil delimitação.

Referências

ALEGRE, T. e HERGET, K. (2012). Zu den Eigenschaften fachinterner Kommunikation am Beispiel der Textsorte medizinischer Fachartikel. Estudios filológicos alemanes. Revista de investigación en Lingüística, Literatura y Cultura alemanas 24, 107­‑120.

BIBER, D. e CONRAD, S. (2009). Register, genre and style. Cambridge University Press.

BRUCE, I. (2009). Results sections in sociology and organic chemistry articles: A genre analysis. English for Specific Purposes, 28. 105­‑124.

BUSCH‑LAUER, I. (2000). Titles in English and German research papers in medicine and linguistics. In A. Trosborg (ed.), Analyzing Professional Genres, (pp. 77­‑97). John Benjamins. doi: 10.1075/pbns.74.08bus.

CABANES, P. A. (2007). A contrastive analysis of hedging in English and Spanish architecture project description. RESLA, 20, 139­‑158.

CLEMEN, G. (1998). Hecken in deutschen und englischen Texten der Wirtschatfskommunikation. Eine kontrastive Analyse. [Dissertation], Universität Siegen.

CROMPTON, P. (1997). Hedging in academic writing: some theoretical problems. English for Specific Purposes 16 (4), 271­‑287.

DAVIS, R. H. (2015). A genre analysis of medical research articles. [Dissertation], University of Glasgow.

FRASER, B. (2010). Pragmatic competence: The case of hedging. In G. Kaltenbock, W. Mihatsch e S. Schneider (eds.), New approaches to hedging (pp. 15­‑34). Emerald Group Publishing.

GOTTI, M. e SALAGER‑MEYER, F. (2016). Teaching medical discourse in higher education: An introduction. CercleS, 6(1), 1­‑13.

HYLAND, K. (1996). Writing without conviction? Hedging in scientific research articles. Applied Linguistics, 17 (4), 433­‑454.

HYLAND, K. (1998). Hedging in Scientific Research Articles. John Benjamins.

LAKOFF, G. (1972). Hedges: A Study in Meaning Criteria and the Logic of Fuzzy Concepts. Chicago Linguistic Society Papers, 8, 183­‑228.

MARTÍN, P. M. (2000/2001). Epistemic Modality in English and Spanish. Psychological Texts. Revista para Fins Específicos, n.º 7 e 8, 196­‑208. url: https://ojsspdc.ulpgc.es/ojs/index.php/LFE/article/view/202/184

MENDILUCE CABRERA, G. e HERNÁNDEZ BARTOLOMÉ, A. I. (2005). La matización asertiva en el artículo biomédico: una propuesta de clasificación para los estudios contrastivos inglés­‑español. Ibérica 10, 63­‑90.

OLIVEIRA, M. F. (2013). Tempo verbal. In E. B. P. Raposo, M. F. B. do Nascimento, M. A. C. da Mota, L. Segura e A. Mendes. Gramática do Português (vol. I, pp. 509­‑556). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

OLIVER, S. (2004). La subjetividad en el discurso biomédico en español: tipología y funciones de la atenuación retórica (hedges). In M. T. Cabré e R. Estopà (ed.), Objetividad científica y lenguaje (pp. 89­‑111), Sèrie Activitats. IULA.

POSTIGO, M. L. e JIMÉNEZ, F. S. (2006). Análisis del metadiscurso en textos especializados turísticos: los matizadores discursivos y la pronominalización en alemán y español. url: www.uv.es/suau/pdf/labarta_suau_aled_2006.pdf

SALAGER‑MEYER, F. (1990). Discoursal flaws in medical English abstracts: A genre analysis per research­‑ and text­‑type. Text, 10 (4), 365­‑384.

SALAGER‑MEYER, F. (1994). Hedges and Textual Communicative Function in Medical Written Discourse. English for Specific Purposes. url: http://www.saber.ula.ve/bitstream/123456789/27713/1/hedges.pdf

SALAGER‑MEYER, F. (1995). I think that perhaps you should: A study of hedges in written scientific discourse’, In T. Miller (ed.), Functional approaches to written texts: Classroom applications (vol. I., pp. 127-143.) English Language Programs: United States Information Agency.

SWALES, J. e NAJJAR, H. (1987). The Writing of Research Article Introductions. Written Communication, 2(4), 175­‑191.

SWALES, J. 1990. Genre Analysis. Cambridge University Press.

THOMPSON, D. (1993). Arguing for experimental “facts” in science. A study of research article results section in biochemistry. Written Communication, 19(1), 106­‑128.

VARTTALA, T. (1999). Remarks on the communicative functions of hedging in popular scientific and specialist research articles on medicine. English for Specific Purposes, 18(2), 177­‑200.

ZANINA, E. (2016). Strategies hedging: A comparative study of methods, results and discussion (and conclusion) sections of research articles in English and Russian. Journal of Language and Education, 2(2), 52­‑60.

Programas informáticos

ANTHONY, L. (2022). AntConc (Version 4.1.1) [Computer Software]. Tokyo, Japan: Waseda University [https://www.laurenceanthony.net/software/antconc/]

Publicado
2024-02-25