Utopias e distopias feministas: futuros alternativos e novas tecnologias reprodutivas

  • Maria Aline Ferreira Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Utopia, sociedades separatistas, igualdade de género, novas tecnologias reprodutivas, ectogénese

Resumo

As utopias feministas podem ser descritas como exercícios intelectuais de extrapolação futura e invenção crítica de novos cenários familiares, sociais e políticos mais adequados a visões de um mundo melhor, de um ponto de vista feminino, liberto de rígidas e repressivas estruturas patriarcais. Neste sentido transformam-se em instrumentos extremamente úteis na visualisação de mundos mais igualitários. As distopias, por seu lado, surgem predominantemente em tempos de
crise, dramatizando as problemáticas dominantes e por vezes levando as suas possíveis ramificações até às consequências mais drásticas, constituindo-se como um aviso e chamada de atenção para problemas futuros que poderão ainda ser prevenidos se lhes for prestada a atenção devida e encontradas soluções para os resolver. A par de uma visão geral e contextualização dos maiores agrupamentos de utopias e distopias feministas este artigo elencará algumas das temáticas sobre as quais estas narrativas incidem mais enfaticamente e analisará mais em pormenor de que maneira a biologia feminina tem condicionado o papel da mulher, reflectindo também sobre as possibilidades de mudança que se perfilam num horizonte próximo como resultado da implementação de novas tecnologias reprodutivas.

Publicado
2019-05-13
Secção
Artigos