Lu Xun traduzido em Portugal: um panorama a partir de 1944
Resumo
O presente trabalho visa estudar a história da tradução portuguesa de Lu Xun: quem traduziu o quê, quando e porquê? A maioria dos estudos lidos indicam que existem poucas traduções e que todas foram publicadas depois de 1976. Porém, esses mesmos estudos não aprofundam suficientemente os fenómenos tradutórios relativos a este autor. Para construir um panorama, o presente estudo compila um catálogo de Lu Xun traduzido em Portugal através da leitura de estudos anteriores e consulta de catálogos existentes; depois, analisa os paratextos das traduções. O catálogo compilado (nos apêndices I e II) mostra 11 volumes com contos, ensaios e poemas de Lu Xun, publicados entre 1944 e 2014. Os resultados indicam que a razão intemporal de traduzir Lu Xun é o valor literário; contudo, entre 1958 e 1976, a ideologia estimula as traduções. Ademais, são sugeridas várias direções para futuras investigações à volta de Lu Xun em Portugal.
Referências
Abreu, A. G., & José, C. M. (coord.). (2014). Quinhentos poemas chineses. Lisboa: Nova Vega.
Berman, A. (1990). La retraduction comme espace de la traduction. Palimpsestes, 4, 1-8.
Cabral, L. (2014). China vista por um sinólogo português. Vila Nova de Famalicão: Húmus.
Calafate, J. M. (1960). Lu Hsun. In Lu, H. A verdadeira história de Ah Q (J. M. Calafate, trad.) (p. 6). Lisboa: Portugália.
Carvalho, G. (2010). Uma antologia de poesia chinesa. Lisboa: Assírio & Alvim.
CECC e CEAUL/ULICES (2010). Intercultural Literature in Portugal 1930–2000: A Critical Bibliography. Última atualização em 2023. Último acesso: 21 de setembro de 2023. http://www.translatedliteratureportugal.org
Cheng, G. (2020). A tradução indireta de literatura chinesa contemporânea para português europeu: o caso de Mo Yan (Tese de doutoramento). Universidade Católica Portuguesa, Universidade NOVA de Lisboa e Universidade de Lisboa, Lisboa.
Cerdá, J. (s. d.). Manuel de Seabra e a esperança no homem. Soroeste. Retirado de https://ortegamunoz.com/suroeste/ensayo/entrevista-a-manuel-de-seabra-por-jordi-cerda/
Cruz, G. (2008). Memória de um tempo e de Luiza Neto Jorge. In Jorge, L. N., Corpo insurrecto e outros poemas (Org. de F. Martin). São Paulo: Escrituras Editora. Retirado de http://www.jornaldepoesia.jor.br/BLBLluizanetojorge01.htm
Taxa de analfabetismo segundo os Censos: total e por sexo. (6 de abril de 2023) Retirado de https://www.pordata.pt/portugal/taxa+de+analfabetismo+segundo+os+censos+total+e+por+sexo-2517.
Eber, I. (1985). The Reception of Lu Xun In Europe and America: The Politics of Popularization and Scholarship. In Leo Ou-fan Lee (Ed.), Lu Xun and His Legacy (pp. 242-273). California: University of California Press.
Even-Zohar, I. (1979). Polysystem Theory. Poetics Today, 1(1/2), 287–310. https://doi.org/10.2307/1772051
Giddens, A. G. (1990). The Consequences of Modernity. Cambridge: Polity Press.
Gao, F. (2014). Idéologie et traduction : la réception des traductions de Lu Xun en France. Meta, 59(1), 47–71. https://doi.org/10.7202/1026470ar
Genette, G. (1987). Seuils. Paris: Éditions du Seuil.
Gomes, S. T. (1944a). Prefácio. In Contos chineses (S. de T. Gomes, trad.) (pp. 7-17). Lisboa: Gleba.
Gomes, S. T. (1944b). Lu Hsun. In Contos chineses (S. de T. Gomes, trad.) (p. 190). Lisboa: Gleba.
Gomes, S. T. (1945). [Sem título]. In Contos tradicionais asiáticos (S. de T. Gomes, trad.) (p. 124). Lisboa: Gleba.
Gonçalves, D. A. (1975). Introdução. In Lu H., Contos populares chineses (6.ª série) (D. A. Gonçalves, trad.) (pp. 5-7). Lisboa: Futura.
Hermans, T. (2022). Translation and History: A Textbook. Nova Iorque: Routledge.
Hingley, R. F. (2022). Maxim Gorky. In Encyclopedia Britannica, Julho 14, 2022. https://www.britannica.com/biography/Maxim-Gorky.
Ho, Y. C. (2022). Lu Xun: o santo e o literato. In Lu, X., O diário de um louco: contos completos de Lu Xun (B. Henriques et al, trad.) [Livro eletrónico]. São Paulo: Carambaia.
Hsia, C. T. (1971a). A History of Modern Chinese Fiction. Londres: Yale University Press. (Obra original publicada em 1961)
Hsia, C. T. (1971b). Twentieth-Century Chinese Stories. Londres: Columbia University Press.
Jdanov, A. (1975). Sobre a literatura (Grupo Cultural Lu Sin, trad.). In Lu, S. et al, A filosofia e a arte ao serviço da revolução (Grupo Cultural Lu Sin, trad.) (91-129). Lisboa: Maria da Fonte.
Jenner, W. J. F. (1972a). Introdução (M. L. Pinheiro, trad.). In Lu X. et at, Contistas da China Popular (M. L. Pinheiro, trad.) (pp. 9-20). Lisboa: Dom Quixote.
Jenner, W. J. F. (1972b). Lu Xun [Lu Hsün] (M. L. Pinheiro, trad.). In Lu X. et at, Contistas da China Popular (M. L. Pinheiro, trad.) (pp. 21-25). Lisboa: Dom Quixote.
Jourdheuil, J. (1976). Prefácio: II (L. N. Jorge, trad.). In B. Chartreux e J. Jourdheuil, Ah Q: Tragédia chinesa baseada em Lu Sun (L. N. Jorge, trad.) (pp. 11-16). Lisboa: Ulmeiro.
Landt, F. (1998). Prefácio. In Lu X., Ervas Silvestres (S. Lin e L. G. Cabral, trad.) (pp. 9-25). Lisboa: Cotovia.
Lefevere, A. (2017). Translation, Rewriting, and the Manipulation of Literary Fame. Nova Iorque: Routledge. (Obra original publicada em 1992)
Lopes, M. A. A. (2010). Poéticas da imperfeição. Autores e tradutores na primeira metade de oitocentos: Walter Scott e A. J. Ramalho e Sousa (Tese de doutoramento). Universidade Católica Portuguesa, Lisboa.
Lu. X. (2005). 《鲁迅全集(第六卷)》Obras completas de Lu Xun (Vol. 6). Pequim: People’s Publishing House.
(2022). O Diário de um Louco: Contos Completos de Lu Xun (B. Henriques et al, trad.) [Livro eletrónico]. São Paulo: Carambaia.
Mandim, D. (2 de dezembro de 2018). Eles já não são apenas chineses. Sentem-se portugueses e adoram. Diário de Notícias. Retirado de https://www.dn.pt/edicao-do-dia/02-dez-2018/eles-ja-nao-sao-apenas-chineses-sentem-se-portugueses-e-adoram-10264721.html
Mao, T. T. (1991). 《毛泽东选集(第二卷)》Obras de Mao Tsé-Tung (Vol. 2). Pequim: People’s Publishing House. Retirado de https://ebook.theorychina.org.cn/ebook/upload/storage/files/2022/07/26/ce338174299cae528b65e87a9ba78a5164510/mobile/index.html
(2001). 《毛泽东文集(第二卷)》Obras de Mao Tsé-Tung (Vol. 2). Pequim: People’s Publishing House.
Ricœur, P. (2006). On Translation (E. Brennan, trad.). Nova Iorque: Routledge.
Pięta, H. (2013). Entre periferias: contributo para a história externa da tradução da literatura polaca em Portugal (Tese de doutoramento). Universidade de Lisboa, Lisboa.
PIJ, P. E. (10 de junho de 2013) Sun Lam [Vídeo]. Retirado de https://www.youtube.com/watch?v=HWkYeptQPm4
Pym, A. (2014). Method in Translation History. Nova Iorque: Routledge. (Obra original publicada em 1998)
Sanders, J. (2006). Adaptation and Appropriation. Nova Iorque: Routledge.
Seabra, M. (1958). Prefácio. In Lu, X., Divórcio (M. de Seabra, trad.) (pp. 5-10). Lisboa: Clube Bibliográfico Editex.
Seabra, M. (1967a). Prefácio. In Mao, T., Mao Tun (M. de Seabra, trad.) (pp. 7-14). Coimbra: Atlântida.
Seabra, M. (1967b). Todos os contos. In Mao, T., Mao Tun (M. de Seabra, trad.) (p. 276). Coimbra: Atlântida.
Seabra, M. (1972). Folha de rosto. In Mao, T. T., Poemas (M. de Seabra, trad.). Lisboa: Editorial Futura.
Seruya, T. (2018). Misérias e esplendores da tradução no Portugal do Estado Novo. Lisboa: Universidade Católica Editora.
Silva, F. R. (1992). História da alfabetização em Portugal: fontes, métodos, resultados. Encontros ibéricos de história da educação, vol. 1º Encontro, 1992, pp. 101-121.
Toury, G. (2012). Descriptive Translation Studies – and beyond. Amsterdão: John Benjamins.
Yao, F. (2015).《中外文学交流史︰中国-葡萄牙卷》História de intercâmbios literários entre a China e países estrangeiros: volume da China e de Portugal. Jinan: Shandong Education Press.
Yao, J. M. (2021). Traduzindo a China literária. Rotas a Oriente, 1, 199-213.
Zhou, C. (2021). Lu Xun: utilidade e viabilidade do seu estudo em Portugal. Rotas a Oriente, 1, 187-198.

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
Os direitos permanecem com os autores.
Licença Creative Commons: Atribuição 4.0 Internacional.