Misticismo e performance musical: uma proposta interpretativa de obras para flauta de Mario Lavista e Torü Takemitsu

  • Marisa Ponce de Léon Universidade de Aveiro
Palavras-chave: misticismo, performance musical, flauta, música contemporânea, instrumentos ancestrais tradicionais

Resumo

O misticismo condicionou o comportamento do ser humano desde sempre: na forma de vida, rituais, superstições, crenças religiosas ou ações inconscientes, sendo estes alguns exemplos que podemos observar na vida de qualquer pessoa. Também na música o misticismo está presente, tanto na música sacra, como noutras correntes, inclusive na música contemporánea. Como intérprete, reconheço que o misticismo influencia de alguma forma, consciente e/ou inconscientemente, a performance.

A proposta interpretativa apresentada aborda duas obras para flauta solo de dois compositores contemporâneos: Mario Lavista (mexicano, 1943-) e Töru Takemitsu (japonês, 1930-1996), as quais, derivando de tradições culturais e espirituais distintas, estão ambas marcadamente influenciadas pelo misticismo.

A abordagem ao misticismo é feita desde uma perspetiva figurativa e analógica das obras Lamento de Lavista e Voice de Takemitsu, mediante a sua simbologia e sonoridade na linguagem musical contemporânea.

Na performance das referidas obras, pretende-se expandir as possibilidades de interpretação complementando a flauta transversal com instrumentos ancestrais, de conhecido caráter terapêutico, como gongos, taças de cristal e concha. Estes instrumentos, usados tanto no Ocidente como no Oriente para criar ambientes meditativos, são introduzidos para estimular o despertar e ampliar a sensibilidade dos sentidos, quer do intérprete, quer do ouvinte.

Publicado
2019-09-26