Marketing interno e o bem-estar dos colaboradores

um Estudo de Caso da Rodi

  • Luciana Pereira DEGEIT, University of Aveiro
  • Joana Pereira DEGEIT, University of Aveiro
  • Érica Preto DEGEIT, University of Aveiro
  • Cicero Eduardo Walter Federal Institute of Education, Science and Technology of Piauí, Brazil & GOVCOPP, Universidade de Aveiro
  • Manuel Au-Yong-Oliveira GOVCOPP, Universidade de Aveiro & INESC-TEC
Palavras-chave: Bem-estar, motivação, produtividade, condições de trabalho, capital humano, marketing Interno

Resumo

O tema bem-estar dos colaboradores é cada vez mais frequentemente analisado nos dias de hoje. Refere-se sobretudo à questão do Marketing Interno, que muito resumidamente consiste no facto da empresa voltar grande parte da sua atenção - tal como faz para os consumidores externos - para os consumidores internos, que no fundo são os seus primeiros clientes. Nesse sentido, o presente trabalho retrata o tema do bem-estar dos colaboradores por meio de um estudo de caso, nomeadamente, da RODI, uma empresa que está em crescimento contínuo e associada a isto coloca em prática medidas que valorizam os colaboradores. A RODI é uma empresa da indústria metalúrgica que ao longo dos tempos desenvolveu um conjunto de medidas ao nível do seu marketing interno. A presente investigação fundamenta-se em uma metodologia mista, ou seja, que engloba tanto a vertente quantitativa quanto qualitativa. No que toca à abordagem qualitativa realizámos uma entrevista ao Diretor de Marketing da RODI, nomeadamente ao Diogo Marques. Já do ponto de vista quantitativo realizámos um inquérito aos trabalhadores da RODI, o qual reuniu uma amostra total de 43 inquiridos num universo de sensivelmente 300 colaboradores, entre os dias 30 de março e 11 de abril, sendo este em suporte online para trabalhadores de escritório e em papel para os trabalhadores de chão de fábrica. A partir do teste do qui quadrado conseguimos concluir que: (I) existe uma associação estatisticamente significativa entre o nível de escolaridade do colaborador e a valorização do seu trabalho pela RODI; (II) existe uma associação entre a vontade de trabalhar mais horas por dia para se poder ter mais folgas na semana. Em certa medida, os nossos resultados vão de encontro à evidência empírica de que a redução de dias de trabalho em conjunto com a manutenção dos salários possuem uma influência positiva no bem-estar percebido dos trabalhadores. Os nossos resultados sugerem um efeito de compensação psicológica. Mais especificamente, existe associação entre a disposição para trabalhar mais horas por dia em troca de um dia a mais de folga, embora nenhuma alteração significativa tenha sido feita no número total de horas trabalhadas.

 

Publicado
2022-07-24