Imparidade do goodwill na transição para a IFRS 3: o caso português

  • Carla Carvalho Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro
  • Ana Maria Rodrigues Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
  • Carlos Ferreira Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Goodwill, Imparidade, Manipulação dos resultados

Resumo

A partir de 2005, as sociedades com valores cotados nos mercados regulamentados da UE passaram a apresentar as suas demonstrações financeiras consolidadas segundo as IAS/IFRS adoptadas pela UE, designadamente a IFRS 3 – Concentrações de Actividades Empresariais, de acordo com a qual o goodwill deixa de ser amortizado sistematicamente para estar sujeito apenas a testes anuais de perdas por imparidade.
Este estudo tem por objectivo analisar o tratamento contabilístico do goodwill, no período da transição do normativo nacional para as IAS/IFRS, nas contas consolidadas das empresas com valores cotados na Euronext Lisboa. Por um lado, analisa-se a contabilização inicial do goodwill e o seu tratamento subsequente, quantificando posteriormente o impacto dos respectivos ajustamentos de transição efectuados na posição financeira e no desempenho dos grupos. Por outro lado, identifica-se o tipo de informação divulgada nas notas anexas, aferindo do grau de cumprimento com o disposto nas IAS/IFRS em matéria de divulgação do goodwill e de eventuais perdas por imparidade. Procura-se, por último, evidência empírica de manipulação dos resultados na contabilização das perdas por imparidade do goodwill no período de transição, concretamente de práticas de big bath.
Publicado
2010-01-01
Secção
Artigos