Condição ecológica e biomassa da floresta de mangal da baia de quionga no contexto das alterações climáticas (Norte Moçambique)

  • Ezídio Cuamba
  • Luís Vieira
  • Fernando Morgado
Palavras-chave: mangal, estrutura, conservação, biomassa, carbono, Baia de Quionga

Resumo

A condição ecológica e a biomassa da floresta de mangal da Baía de Quionga, Distrito de Palma Norte da Província de Cabo Delgado foram estudadas. A amostragem foi feita entre outubro de 2013 e julho de 2014, onde foram estabelecidas 60 quadrículas de 10x10 m, caracterizando o mangal em cada um dos estratos inferior, intermédio e superior da floresta incluindo todos os indivíduos juvenis em regeneração e adultos dentro da quadrícula, sendo a biomassa sido estimada com base em métodos indirectos, recorrendo a equação de Komiyama (2005) na integração de parâmetros estruturais. Foram identificadas 6 espécies, onde a Rizophora mucronata (40%) e Ceriops tagal (20%) registaram a maior abundância comparativamente a Xylocarpus granatum (8%) e Bruguierra gymnorhiza (5%), sendo que a maior densidade de indivíduos foi das espécies Rizophora mucronata (1360 ind/ha), Ceriops tagal (630 ind/ha) e Avicennia marina (310 ind/ha) caracterizadas por não serem indivíduos de grande porte (2.1 cm). O mangal da Baia de Quionga encontra-se bem conservado justificado por 70% de indivíduos da floresta serem intactos, 20% com cortes parciais, 4% transformados em cepos e 5% mortos naturalmente. O maior número de indivíduos apresentou diâmetro entre 10 e 20 cm, sendo que a fisionomia foi de 65% de indivíduos com caules erectos, 17% caules ramificados e 18% com caules muito ramificados. Esta floresta apresentou níveis de regeneração satisfatórios, sendo 40% propágulos (h≤40cm) 35% em transição de propágulos para arbustos (40.1≤ h ≥ 150cm) e 25% arbustos (150.1 ≤ h ≥ 300cm) verificados em Rizophora mucronata e Ceriops tagal.

Publicado
2019-07-15