As minhocas como engenheiras do solo e sentinelas da poluição

  • Ondina Ribeiro Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), UTAD, Vila Real, Portugal.
  • Maria Jesus Briones Departamento de Ecologia e Biologia Animal, Universidade de Vigo, 36310, Vigo, Espanha.
  • Tiago Natal-da-Luz Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
  • Cláudia Rosa Ribeiro TOXRUN-Unidade de Toxicologia, Instituto Universitário de Ciências da Saúde, CESPU, CRL, 4585-116 Gandra, Portugal.
  • Ruth Pereira GreenUPorto – Sustainable Agrifood Production Research Centre / Inov4Agro & Department of Biology, Faculty of Sciences of the University of Porto, Campus de Vairão, Rua da Agrária 747, 4485-646 Vila do Conde, Portugal
  • João Soares Carrola UTAD
Palavras-chave: Fauna edáfica, minhocas, solo, engenheiras do ecossistema, sentinelas da poluição.

Resumo

Diariamente são libertadas substâncias tóxicas no ambiente que entram nos ecossistemas aquáticos e terrestres tais como metais, pesticidas, plásticos, fármacos, entre outros, provocando efeitos nefastos nos organismos expostos. Por outro lado, a contaminação dos solos agrícolas contribui para a contaminação das cadeias alimentares afetando os organismos terrestres e mais tarde o Homem.

As análises físico-químicas clássicas são indispensáveis para avaliar a concentração dos contaminantes nos solos, no entanto, estas não permitem estimar os seus efeitos biológicos. Assim, para avaliar os efeitos destes compostos no solo, podemos recorrer a diversos invertebrados terrestres, com destaque para as minhocas. Estes invertebrados têm um papel ecológico vital nos solos contribuindo para a reciclagem da matéria orgânica (decomposição), aumento da disponibilidade dos nutrientes, melhoria da estrutura do solo, entre outros.

Espécies representativas deste grupo são utilizadas como organismo sentinela da contaminação dos ecossistemas terrestres e também como modelo biológico para estimar os potenciais efeitos tóxicos em ensaios ecotoxicológicos em laboratório, e em campo. Indivíduos destas espécies são fáceis de manter e cultivar em laboratório, são prolíferos, possuem um ciclo de vida relativamente curto e são sensíveis à presença de substâncias tóxicas por contacto com a cutícula e epiderme e ingestão do solo contaminado.

Publicado
2022-10-31
Secção
Artigos