As minhocas como engenheiras do solo e sentinelas da poluição
Resumo
Diariamente são libertadas substâncias tóxicas no ambiente que entram nos ecossistemas aquáticos e terrestres tais como metais, pesticidas, plásticos, fármacos, entre outros, provocando efeitos nefastos nos organismos expostos. Por outro lado, a contaminação dos solos agrícolas contribui para a contaminação das cadeias alimentares afetando os organismos terrestres e mais tarde o Homem.
As análises físico-químicas clássicas são indispensáveis para avaliar a concentração dos contaminantes nos solos, no entanto, estas não permitem estimar os seus efeitos biológicos. Assim, para avaliar os efeitos destes compostos no solo, podemos recorrer a diversos invertebrados terrestres, com destaque para as minhocas. Estes invertebrados têm um papel ecológico vital nos solos contribuindo para a reciclagem da matéria orgânica (decomposição), aumento da disponibilidade dos nutrientes, melhoria da estrutura do solo, entre outros.
Espécies representativas deste grupo são utilizadas como organismo sentinela da contaminação dos ecossistemas terrestres e também como modelo biológico para estimar os potenciais efeitos tóxicos em ensaios ecotoxicológicos em laboratório, e em campo. Indivíduos destas espécies são fáceis de manter e cultivar em laboratório, são prolíferos, possuem um ciclo de vida relativamente curto e são sensíveis à presença de substâncias tóxicas por contacto com a cutícula e epiderme e ingestão do solo contaminado.
Direitos de Autor (c) 2022 Ondina Ribeiro, Maria Jesus Briones, Tiago Natal-da-Luz, Cláudia Rosa Ribeiro, Ruth Pereira, João Soares Carrola
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