Identificação da presença de bactérias resistentes a metais em solos não contaminados por poluição industrial

  • Anabela Lopes Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro; Laboratório de Fisiologia Aplicada, Departamento de Produção Aquática, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
  • Catarina Remédios Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Cláudia Deus Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Susana Barros Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Comunidade bacteriana do solo, Cobre, Resistência a metais

Resumo

A presença de metais nos solos pode ocorrer naturalmente ou como consequência de atividades humanas. Concentrações elevadas de metais nos solos podem revelar-se tóxicas para determinadas espécies bacterianas, levando ao seu desaparecimento da comunidade, enquanto outras não são afetadas pelo enriquecimento em metais do seu habitat, devido a já possuírem genes de resistência aos mesmos ou por adquirirem resistência em resultado da transferência horizontal de genes. Assim, a presença de bactérias resistentes a metais é expectável em solos contaminados com metais (como solos de regiões mineiras), nos quais estas são normalmente as espécies dominantes, o mesmo podendo não ocorrer em solos não contaminados. Neste estudo determinou-se a existência de bactérias resistentes a metais num solo não contaminado, através da cultura de células bacterianas presentes no elutriado do solo num meio enriquecido com cobre. Os resultados revelaram a presença de bactérias nos meios contaminados com 2,5 mM e 5 mM de cobre. Observou-se também a existência de um maior número de Unidades Formadoras de Colónias (UFCs) nas caixas na concentração de 5 mM, sugerindo que, nestas condições, o aumento de crescimento bacteriano ocorreu em estirpes resistentes ao cobre, devido à eliminação de estirpes sensíveis à toxicidade deste metal nesta concentração.
Publicado
2011-01-01
Secção
Artigos