A avifauna aquática das salinas estuarinas da Ria de Aveiro e da Foz do Rio Mondego

  • Tamira Cruz Departamento de Biologia e CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
  • Renato Neves Mãe d’ Água - Consultoria em Áreas de Interesse Natural, Lda.
  • Carlos Pacheco Mãe d’ Água - Consultoria em Áreas de Interesse Natural, Lda.
  • Carlos Fonseca Departamento de Biologia e CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Universidade de Aveiro
  • Filomena Martins Departamento de Ambiente e Ordenamento e CESAM, Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Aves aquáticas, Limícolas, Salinas, Ria de Aveiro, Estuário do Mondego, Profundidade da salina

Resumo

As alterações ocorridas nos estuários têm vindo a afetar as populações de aves, sobretudo através da perda de habitat. As salinas, existentes nessas zonas, são importantes para várias espécies de aves aquáticas, nomeadamente as limícolas, que as utilizam para se alimentarem, reproduzirem e repousarem. Neste estudo, selecionaram-se diferentes tipos de salinas (ativas e abandonadas) e uma piscicultura, na Ria de Aveiro e no Estuário do Mondego. O principal objetivo foi compreender da dinâmica anual das populações de aves aquáticas destas salinas, analisando igualmente fatores que possam influenciar a presença/ausência das aves (salinidade, profundidade da água). De novembro de 2010 a fevereiro de 2011 foram realizados censos das aves aquáticas, em cada ponto de amostragem, duas vezes por dia, por períodos de dez minutos, em saídas de campo bimensais. Recensearam-se 28 espécies, e os resultados indicam que os valores de profundidade e salinidade influenciam a presença/ausência de aves entre salinas. Há diferenças estruturais entre salinas amostradas e estas influenciam o número de indivíduos e o número de espécies de limícolas e outras aves aquáticas. A profundidade da água é um fator importante na distribuição das espécies nos diferentes compartimentos que constituem as salinas. É importante manter o fluxo de variação entre salinidade e profundidade da água nas salinas ativas, já que há grupos que beneficiam significativamente destas variações.

Publicado
2011-01-01
Secção
Artigos