Madeira morta, mas cheia de vida: uma proposta de educação ambiental

  • Ana Rita Almeida Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Ana Teresa Novais Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Hugo Flávio Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Sofia da Silva Oliveira Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Ruth Pereira Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
  • Paulo Talhadas dos Santos Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto
Palavras-chave: Madeira morta, Comunidade saproxílica, Gestão florestal, Limpeza florestal, Educação ambiental, Apanha de cogumelos

Resumo

A “verdadeira” madeira morta – ou seja, aquela com diâmetro superior a 6-7 cm – fornece variados serviços de ecossistema importantes, entre os quais o fornecimento de habitat para diversos seres vivos, desempenhando assim um papel essencial no ecossistema florestal. Adicionalmente, ao contrário da ideia de que a madeira morta fornece um contributo relevante para o aumento do risco de incêndio, esta na verdade está relacionada com fogos menos frequentes e de menor intensidade. No entanto, em Portugal, a remoção da madeira morta constitui uma componente importante da limpeza florestal como forma de prevenção de incêndios. Assim, torna-se essencial alterar as correntes práticas nacionais de gestão florestal, de forma a promover a conservação da madeira morta. Neste sentido, o presente artigo apresenta uma proposta de um projeto de educação ambiental que pretende (1) sensibilizar a população em geral e os profissionais ligados à área florestal para esta temática, (2) aumentar a informação disponível sobre a madeira morta e sua biodiversidade – que é escassa no universo científico – e ainda (3) alterar efetivamente as correntes práticas de limpeza florestal de forma a torna-las compatíveis com a proteção da madeira morta e da comunidade que esta alberga.

Publicado
2016-01-01
Secção
Artigos