Estudo in situ do efeito de herbicidas numa microalga

  • Catarina R. Marques CESAM e Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Ruth Pereira CESAM e Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Sara C. Antunes CESAM e Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro
  • Anabela Cachada CESAM e Departamento de Química, Universidade de Aveiro.
  • Armando C. Duarte CESAM e Departamento de Química, Universidade de Aveiro.
  • Fernando Gonçalves CESAM e Departamento de Química, Universidade de Aveiro.
Palavras-chave: Arrozais, Herbicidas, Ensaios in situ, Chlorophyta

Resumo

A utilização de pesticidas em agroecossistemas orizícolas constitui uma ameaça à biodiversidade que sustentam, afectando organismos não alvo que habitam os sistemas aquáticos circundantes. Assim sendo, o objectivo deste estudo consistiu em efectuar a avaliação in situ, numa escala temporal, do efeito da aplicação de herbicidas na qualidade de um agroecossistema localizado no vale do Mondego. Neste sentido, seleccionaram-se dois locais numa vala principal, a qual atravessa a montante (L1) uma zona protegida – Paul do Taipal – e a jusante (L2) é rodeada por campos agrícolas essencialmente destinados à produção de arroz. O estudo envolveu a realização de análises físico-químicas e de ensaios in situ com a microalga Pseudokirchneriella subcapitata (células imobilizadas em esferas de alginato). Deste modo, verificou-se que ocorreu uma diminuição geral da qualidade do sistema aquático, principalmente no local mais exposto (L2) à entrada de herbicidas aquando da sua aplicação. Este cenário foi corroborado pela quantificação de herbicidas em amostras de água recolhidas em L2 (na ordem de μg L-1), mas também pela inibição significativa do crescimento de P. subcapitata com o início da aplicação de herbicidas. Muito embora seja difícil estabelecer relações causa-efeito, esta abordagem evidenciou que a ocorrência de concentrações elevadas de herbicidas nos sistemas aquáticos, ainda que ocasionalmente, pode influenciar o equilíbrio de populações naturais.

Publicado
2009-01-01
Secção
Artigos