Avaliação da exposição da vinha duriense ao ozono em clima presente e futuro

  • Ana Isabel Miranda Universidade de Aveiro
  • Ana Ascenso Universidade de Aveiro
  • Carlos Silveira Universidade de Aveiro
  • Daniel Blanco-Ward Universidade de Aveiro
  • Carla Gama Universidade de Aveiro
  • Alexandra Monteiro Universidade de Aveiro
  • Carolina Viceto Universidade de Aveiro
  • Alfredo Rocha Universidade de Aveiro
Palavras-chave: ozono troposférico, alterações climáticas, modelação da qualidade do ar, deposição seca, indicadores de exposição, vinha

Resumo

O ozono (O3) troposférico é um gás que pode danificar severamente a vegetação. Vários estudos identificam o efeito do O3 na perda de produtividade de campos agrícolas e na redução da qualidade de produtos vegetais e frutícolas. Este artigo foca-se na Região Demarcada do Douro, uma importante região vitivinícola portuguesa, e tem como objetivo a avaliação da exposição da vinha ao O3 troposférico, mediante a aplicação do sistema de modelação da qualidade do ar WRF-CHIMERE para clima presente, futuro a médio prazo e futuro a longo prazo. O indicador de exposição AOT40 (concentração acumulada de O3 acima de 40 ppb) foi calculado para o intervalo de tempo estabelecido na legislação portuguesa (maio a julho), assim como os níveis de deposição seca acumulada para o mesmo período. Aplicaram-se também funções exposição-resposta, baseadas na literatura, para estabelecer o risco de exposição das vinhas ao O3 em termos de produtividade e qualidade. Os resultados do modelo indicam que o valor-alvo estabelecido pela Comissão Europeia para a proteção da vegetação é excedido em toda da região do Douro, no presente e no futuro, e que o ozono pode estar a provocar danos diretos nas vinhas e potencialmente a diminuir o seu rendimento e qualidade.

Publicado
2019-03-15
Secção
Artigos