As opções de primeira página de dois Diários de referência em dois momentos cruciais da Vida Política

  • Hália Costa Santos Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (Instituto Politécnico de Tomar), Mediascopio (Universidade do Minho)

Resumo

O objectivo deste estudo é o de verificar as diferenças e/ou concordâncias, através das opções editoriais visíveis nas primeiras páginas, por parte do Público e do Diário de Notícias (DN) face aos primeiros 100 dias dos Governos de Durão Barroso (2002) e de Santana Lopes (2004). Considerando que estes são dois períodos cruciais do quinquénio, entendeu-se que o posicionamento destes dois jornais (considerados como os dois principais diários de referência) em relação a esses dois períodos deveria ser analisada.
Logo à partida estavam presentes dois elementos que deveriam ser sujeitos a especial atenção:
1. Enquanto José Manuel Fernandes é o director do Público nos dois períodos analisados, em 2002 o DN tem como director Mário Bettencourt Resendes e em 2004 o director deste diário é Fernando Lima. Esta constatação pode introduzir alguma diferença, até porque Fernando Lima saiu directamente da assessoria de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo de Durão Barroso para a direcção do DN, numa altura em que a coligação PSD/CDS se mantinha no poder.
2. Os analistas políticos reconhecem, nas Legislativas de 2005, que, ao contrário do Governo de Durão Barroso, o Governo de Santana Lopes não teve “estado de graça”.
Perante estas duas constatações, importa reflectir:
1. Pelo facto de manter, ou não, o director, terão os jornais de referência mudado o seu posicionamento nos dois momentos em análise?
2. Terão os dois jornais, ou algum deles, mostrado um comportamento diferente perante os dois Governos, tendo em conta que o “estado de graça” era, supostamente, diferente?

Publicado
2005-01-01