A representação jornalística da doença: mecanismo de controlo social e espaço de mediação entre a ciência e a vida quotidiana
Resumo
As possibilidades tecnológicas de alteração das regularidades biológicas associadas ao envelhecimento dos órgãos e das células, o debate sobre os limites éticos da intervenção médica, aliados à situação verificada pelas vagas de epidemias que marcaram o final do século passado e o princípio do novo, a inflação de esperança desencadeada em torno do imaginário colectivo pelas descobertas científicas, acompanhadas pela fobia e pelo pavor suscitadas por novas situações de risco desencadearam um aumento de interesse por parte do jornalismo em relação às questões da saúde e da doença. Tal interesse afirma-se através de temas que integraram uma nova agenda mais centrada na tentativa de controlar os danos provocados pelo desenvolvimento do que vocacionada para a utopia, a emancipação e a transformação social. (...)