A relação eu/tu: a universalidade do agir

  • Maria Gabriela Gama Universidade do Minho

Resumo

As novas tecnologias desenvolveram condições práticas de existência tão vertiginosas que o homem nunca equacionou. Simultaneamente, anuncia-se o nascimento de uma nova sociedade onde a questão da interacção social também é afectada, uma vez que esses sistemas são eles próprios lugares de interacção do indivíduo. Procurámos mostrar que existem razões que nos levam a relativizar o optimismo generalizado que todos hoje aparentam: hoje, vivemos num mundo em que coexistem uma prosperidade como jamais a espécie humana alcançou, ao lado da miséria e da privação mais extrema. O que significa que as possibilidades tecnológicas de aceder ao desenvolvimento são absolutamente desproporcionadas. Aldeia global? Sim, mas onde? Tentámos, ainda que de modo resumido, responder a três questões: a sociedade da comunicação coaduna-se com a construção de uma sociedade mais humana? Mais justa? A urgência de uma ética da responsabilidade constitui um ponto fundamentador da nossa reflexão, mostrando que esta ultrapassa a dimensão da reflexão filosófica estrita, para se colocar num âmbito mais lato. A questão ética seria talvez menos pertinente, se fossemos habitantes solitários do planeta; mas a realidade é que vivemos homens entre os homens, uns com os outros e, neste contexto, a escolha do que nos convém e do que nos propicia uma vida colectiva mais harmoniosa torna-se uma questão mais complexa e delicada. (...)

Publicado
2005-01-01
Secção
ÁREA 8 – DIREITO E ÉTICA DA COMUNICAÇÃO