Quando nos roubam o chão obrigam-nos a voar: narrativas erosivas e extinção moral das Organizações

  • Rogério Ferreira de Andrade
Palavras-chave: Contingência organizacional, Comunicação, Media, Narrativas erosivas, Narrativas de desdém e de desamor, Identidades organizacionais odiadas, Extinção moral

Resumo

As organizações com identidades expostas a um continuado fluxo de narrativas erosivas, em particular as narrativas de desdém e as narrativas de desamor que circulam na comunidade e nos media, e que não conseguem criar um sistema eficaz de hipocrisia funcional que concilie interesses sociais e organizacionais em conflito, encontram-se ameaçadas de extinção moral. Neste artigo propomo-nos analisar um caso exemplar dessas organizações a quem é sistematicamente negado o direito à existência, como é o caso da empresa pública que gere parques de estacionamento na cidade de Lisboa (Emel). As narrativas erosivas de  desdém (alimentadas pela falta de reconhecimento de autoridade moral de uma organização) e as narrativas erosivas de desamor (alimentadas pela falta de investimento de afecto social numa organização) interessam-nos enquanto factor simbólico de contingência que contribui para estruturar negativamente os ambientes de organizações objecto de desafeição na sociedade portuguesa, o que implica, para estas, verem reduzidos, ou mesmo negados, importantes fluxos de recursos morais e de afecto social indispensáveis à sua contínua regeneração.

Publicado
2005-01-01
Secção
ÁREA 6 – COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES E RELAÇÕES PÚBLICAS