A Comunicação na paramodernidade: do global ao singular, o híbrido

  • Fernando Peixoto CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (U. M.)
Palavras-chave: Comunicação, Paramodernidade, Media, Hibridez, Globalização, Identidade

Resumo

A comunicação constitui, hoje, um agente fundamental para as sociedades evoluídas, para além de se perceber tratar-se de um fenómeno multidisciplinar, complexo, muito por força da conjugação de um binómio, distinto embora interdependente, que lhe serve de etiologia: capitalismo e tecnologia. Parece-me claro que os media se constituem agora como um poderoso sistema maquínico, não apenas complexo mas também inebriante, entorpecente e mobilizador no que respeita à produção de afectos. Daí ser meu propósito interrogar qual o papel do Homem na contemporaneidade, tanto na sua relação com os media como com a tecnologia, percebendo desde logo que vivemos numa sociedade consumista, acelerada, estetizada e sob um permanente manto diáfano de sombras que tende eventualmente a esgotar-nos em emoção. Assim se justifica a perspetiva segundo a qual a nossa preocupação não recai sobre o presente mas antes sobre a vivência em si, isto é, sem tempo definido, sem território, sem ideologia. Agora, numa era híbrida e com uma cultura própria assente em dicotomias várias que convivem sob uma aparência harmoniosa, experienciamos uma época de certo modo peculiar onde, a meu ver, parecemos habitar numa ambiência difusa, conjugando a inovação com a hibridez num complexo fluxo de interatividades que nos esbate a fronteira entre real e virtual, entre natureza e simulacro, entre humano e inumano, no que me atrevo aqui qualificar como «paramodernidade».

Publicado
2013-01-01
Secção
Sociologia da Comunicação e dos Media