Da precarização laboral à precarização mediática: a invisibilidade do desemprego nos discursos do Correio da Manhã e do Público

  • Bruno Carriço dos Reis Universidade Autónoma de Lisboa
  • João Carlos Sousa Universidade da Beira Interior
Palavras-chave: Desemprego (juvenil), Crise, Discurso mediático

Resumo

A actual crise internacional, que deriva do colapso subprime de 2006, gerou um efeito económico recessivo à escala global. Os impactos sociais que derivam desta conjuntura assumem-se cada vez mais como estruturais, de tal forma que se percebe uma profunda reconfiguração das dimensões políticas, económicas e sociais nas denominadas sociedades de bem-estar. No contexto português, o reflexo maior destas transformações corporizam um empobrecimento generalizado, que se espelha na propagação epidémica do desemprego, em particular o juvenil que alastra sem cessar. Face a este cenário, importa perceber como a imprensa diária constrói a cobertura mediática deste fenómeno social total e em que termos propõe o debate na esfera pública. Para a concretização do objectivo enunciado efectuaremos; a) uma análise de conteúdo, apurando frequências e temáticas acerca do desemprego (juvenil) e b) um estudo discursivo, acerca de como os media apresentam e representam os (jovens) desempregados. Para o efeito, iremos contemplar o intervalo temporal 2009-2012 em dois jornais diários portugueses; no Correio da Manhã, por ser actualmente o impresso com maior tiragem diária, e no jornal Público, que se caracteriza por ser um título de referência no espaço mediático português.

Publicado
2013-01-01
Secção
Sociologia da Comunicação e dos Media