A Publicidade contemporânea e o desafio de se comunicar com novos perfis de Consumidor

  • Haroldo Silva Capote Filho PUCPR
  • Mônica Cristine Fort UERJ
Palavras-chave: Publicidade, Comunicação, Televisão, Automóvel

Resumo

Experimentar coisas novas, mas estar preso às tradições. O ser humano vive essa contradição. A comunicação publicitária explora as necessidades humanas transformando-as em desejos por produtos e serviços. O artigo pretende analisar peças publicitárias audiovisuais de  automóveis de 2008 a 2012, no Brasil. No período, políticas de crédito voltadas às classes emergentes estimularam o consumo. A aquisição de bens duráveis, como o automóvel, gerou um desafio aos publicitários brasileiros. Observa-se a construção de um discurso voltado a um público-alvo tradicional, aquele historicamente ativo, mas há, também, agora, a chamada nova classe média brasileira, que não possuía carro próprio e que pela primeira vez tem a  possibilidade de ingressar na sociedade de consumo adquirindo este e outros bens duráveis. O sonho improvável de consumo virou objeto de desejo – a curto prazo. Jingles, slogans, interatividade, ousadia e criatividade são necessários para atingir o público. Além da análise de conteúdo, o texto visa discutir as estratégias de propagação das campanhas, uma vez que as tecnologias democratizam e favorecem a comunicação mais personalizada, não  necessariamente apresentada nas chamadas mídias tradicionais. O audiovisual é voltado à TV aberta, mas também é veiculado na web, nas redes sociais, em outros gadgets. De acordo com o autor brasileiro Rafael Sampaio, a Fiat foi a montadora que obteve o maior destaque na comunicação de automóveis na primeira década dos anos 2000, a empresa está há mais de 40 anos no país. Mas, no Brasil, outras montadoras se instalaram a partir dos anos 90 e apresentaram comunicação mais agressiva. Alguns casos, como a campanha dos pôneis malditos para o automóvel Frontier, da Nissan, em 2011, tiveram primeiro a exibição na internet e depois de já bastante conhecido e discutido nas redes sociais, foram apresentados na TV. O tema pôneis malditos, inclusive, foi reaproveitado e reeditado pela marca em outras campanhas. O consumidor está mudando. Está se tornando mais sensível, seletivo, desconfiado. Há maior concorrência, maiores possibilidades de acesso à informação. Maior capacidade de interação e de reação quando sente-se enganado. Por isso, conhecer o público e antever suas expectativas sabendo apresentar o produto de forma a atender as necessidades e os desejos desse consumidor são os objetivos dos comunicadores do presente.

Publicado
2013-01-01
Secção
Publicidade e Comunicação