A Política 2.0 e o Facebook como plataforma de Comunicação Política em Portugal
Resumo
Atualmente é difícil ignorar que a Internet e a sua utilização são característica na vida de muitos cidadãos espalhados pelo mundo. Consequentemente, a sua utilização enquanto fonte de informação e plataforma de disseminação política está a ganhar maior importância a cada dia que passa (Borgida & Stark, 2004). Estudos recentes, como o de Túnez e Sixto (2011), sugerem que as redes sociais digitais marcam um novo ambiente e suporte comunicativo para os cidadãos e para as organizações num modelo multi-direcional, mas com um compromisso de interação. Até à data, a utilização dos sites de redes sociais, nomeadamente o Facebook, como plataforma e ferramenta de comunicação política pelos principais atores políticos em Portugal não tem sido muito abordada em investigações empíricas. Assim, o objetivo desta investigação é perceber de que forma os principais atores políticos em Portugal (o Presidente da República, o Primeiro-ministro e os líderes dos partidos com assento parlamentar), usam os perfis nas redes sociais digitais enquanto plataforma de comunicação política e de disseminação das suas ideias. Através de uma análise do conteúdo dos perfis oficiais do Facebook destes indivíduos procurou-se analisar, não só as características do perfil, mas também o nível de compromisso 2.0 de cada um deles (Túñez & Sixto, 2011). O conceito de compromisso 2.0 baseia-se na ideia de que a participação em ambientes digitais não é alcançada apenas através da sua presença nestes meios, mas que também exige uma contribuição ativa por parte dos criadores e utilizadores, através da troca de opiniões e conteúdos. Consequentemente, a ideia de política 2.0 requer a capacidade do político em se abrir aos cidadãos, em encorajar a sua participação e valorizar os seus comentários e opiniões (Túñez & Sixto, 2011). A investigação que todas as figuras analisadas demonstram um alto compromisso para com o seu perfil de Facebook, mas que este tende a esmorecer quando não está em curso nenhuma campanha eleitoral ou quando fazem parte do governo. Também sugere que os líderes com idade mais avançada não se sentem tão à vontade com esta plantaforma, já que Jerónimo de Sousa e o Presidente da República exibem níveis de “compromisso 2.0” nulo ou um mural raramente atualizado.