Visibilidade Mediática: por uma reconfiguração do imaginário no Ciberespaço
Resumo
O cyberspace é um ambiente que propicia a desconfiguração da relação primária entre a realidade e o imaginário, propondo, de maneira não passível de escolha, outro ordenamento do imaginário social (CASTORIARDIS, 1982) que altera a partir deste, uma nova posição do indivíduo dentro da sociedade multicultural. Neste ambiente, ser cibermediático tem suas exigências e tal condição exige estar em constante estado de alerta, hiperconectado, disponível, atualizado; deve-se transpor e propor uma nova realidade diante do imaginário resignificado. Assim, a situação “do fenômeno glocal” unida, concomitantemente à experiência do tempo real, faz fecundar a visibilidade mediática dentro da cibercultura (aqui tomada como categoria de época, sinônima de civilização mediática avançada, organização sociotecnológica contemporânea do capitalismo tardio) (TRIVINHO, 2007). A suspensão da realidade por um dado tempo em prol da invenção de um real mais real do que o real, em conformidade com a noção de hiper-real (BAUDRILLARD, 1991) faz com que haja uma profusão de perfis e ações identitárias subjetivas. As subjetividades que colonizam o espaço das redes sociais digitais estão, antes e ao mesmo tempo, colonizadas pelo imaginário de sucesso, fama e realização alardeados pelas indústrias cultural e cibercultural. A subjetividade contemporânea é fruto da confluência das culturas mediática, narcisista e pós-moderna. Tais questões requerem que se pense sobre a experiência da constituição dos sujeitos nos espaços e tempos virtuais a partir dos arranjamentos de identificações possíveis pelas plataformas de apresentação e presentificação do eu – redes socias. Este trabalho é parte de minha pesquisa de doutoramento realizada no Programa de Comunicação e Semiótica (COS) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) - Brasil, que investiga a temática da comunicação virtual, identidade e imaginário infantil na cibercultura, e propõe apresentar neste recorte, uma incursão diante do conceito de “glocal” e visibilidade mediática, buscando, a partir destes, refletir sobre as reconfigurações do imaginário.