Saúde do viajante e Operadores Turísticos: que papel para a Comunicação em Saúde?

  • Sandra Nascimento ESCS-IPL Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Politécnico de Lisboa
Palavras-chave: Globalização, Saúde pública, Comunicação para a saúde, Turismo, Operadores turísticos

Resumo

Pretende-se com este artigo analisar qual a perceção que os operadores turísticos têm no que concerne a uma responsabilidade enquanto promotores de comportamentos que visam o bem-estar e a saúde dos turistas. Visando conhecer a realidade da comunicação para a saúde em Portugal no contexto da atividade turística analisam-se as ações dos operadores credenciados, recorrendo a metodologias qualitativas. Procedeu-se à realização de três entrevistas exploratórias, a um médico especialista em medicina do viajante e a dois operadores turísticos, um que lidera o Mercado em Portugal e outro que assume claramente uma atitude de responsabilidade social. De um Universo de 1200 operadores e agências de viagens e turismo registados no Turismo de Portugal foram escolhidos apenas aqueles que são operadores turísticos, que executam programas de viagens para fora da Europa, e desta forma foram escolhidos e selecionados 24 operadores a quem foram enviados respetivamente um questionário. A escolha deste público recai precisamente pelo seu papel principal bem como a presença que mantém no Mundo Turístico. São os Operadores Turísticos que elaboram os programas de viagens, que contacta com muitos agentes do setor, desde a hotelaria, a restauração, a transportadoras e agências de animação, e ao construírem um programa vendem-no às agências de viagem. Uma vez que são um público bastante abrangente, o seu papel como Socialmente Responsável tem que ter impacto, nomeadamente quando falamos de Saúde Pública. É clara a necessidade de implementar políticas de saúde voltadas para o turista com ênfase em doenças infeciosas e ações emergenciais para detetar surtos envolvendo os turistas, medidas que podem diminuir consideravelmente epidemias. Da análise dos dados recolhidos percebe-se a falta de informação / formação do setor do turismo para as questões da comunicação para a saúde, excetuando os casos específicos de obrigatoriedade de vacinação, nada é dito ou feito. Defender-se-á neste artigo a consciencialização dos operadores turísticos enquanto promotores da mudança de atitudes ou comportamento dos seus clientes. Com o aumento da circulação do número de pessoas num mundo cada vez mais globalizado torna-se claramente numa questão de saúde pública.

Publicado
2013-01-01
Secção
Comunicação Global e Mudança Social