O Papel das Indústrias Criativas nas Relações e Mercados Internacionais

A presente chamada de artigos pretende captar textos que trabalhem na interseção entre os campos das indústrias criativas e das relações internacionais, interligando-os. Neste caso, assumem-se conceções expandidas de indústrias criativas (tais como: cinema e audiovisual, artes performativas, artes visuais, literatura e design) e de relações internacionais (vertentes de relações negociais, culturais, políticas, sociais, entre outras). O objetivo é promover reflexão em torno das formas como estes dois tópicos, normalmente acantonados no seu âmbito disciplinar, se têm relacionado na prática e como teoricamente se poderão vir a articular no futuro.

Por um lado, as indústrias criativas têm sido um espaço de acolhimento de manifestações de interculturalidade, levando ao esbatimento do quadro de referência que ainda hoje são as nações enquanto “espaços culturais” (e.g. português, alemão, britânico, etc...). Por outro lado, as proveniências afiguram-se enquanto “marcas”, com todas as ramificações que essa categoria implica (nomeadamente: características associadas, prestígio, peso cultural, valor nos mercados internacionais, relação centro/periferia, etc...). Com efeito, os produtos culturais parecem ter a capacidade de moldar a imagem que os indivíduos de um país criam a propósito de outros países e sociedades. Mais ainda, é, também, cada vez mais relevante discutir e investigar as dinâmicas internas da produção cultural de cada país, bem como o seu direcionamento e acolhimento (doméstico ou internacional) e a capacidade de enfoque sobre realidades e idiossincrasias locais.  O questionamento destas tensões e relações é importante não só para compreender os circuitos internacionais e a forma como estes valorizam silos ou plataformas de transdisciplinaridade e interculturalidade, como também para explicar o modo como os mercados e as sociedades constroem significâncias e significados em torno dos produtos culturais e os agregam a um contexto mais vasto – normalmente associado a uma nacionalidade, ou espaço cultural.

Procuram-se textos originais que abordem as formas como os produtos das indústrias criativas se interligam com o âmbito mais vasto das relações internacionais e da sua circulação pelos mercados - domésticos, regionais ou globais. As propostas podem abordar assuntos presentes, propor perspetivas de futuro ou dar conta de fenómenos/eventos históricos.

Áreas temáticas: indústrias criativas; marketing; relações internacionais; sociologia da cultura; economia da cultura; interculturalidade; estudos culturais.

Data Limite para a Entrega de Artigos: 30 de novembro de 2022

Coordenador: André Rui Graça (andre.graca@ubi.pt)

Línguas aceites: Português, inglês e espanhol