Chamada de artigos para a RUA-L (2022)

RUA-L (2022): «Novas abordagens em Linguística Contrastiva»

A Linguística Contrastiva recebe este nome na década de 1940, embora a sua génese possa ser associada aos estudos comparatistas do século XIX. Estes anos são de vital importância porque foi aí que a Linguística Contrastiva (LC) descolou e ganhou aceitação como método de análise empírica útil para o ensino de línguas, ligado a teorias linguísticas estruturalistas.  Assim, esta primeira formulação focava-se na realização de descrições detalhadas de um aspeto gramatical específico em duas línguas distintas, com base em obras gramaticais de referência, a fim de as comparar e tirar as conclusões adequadas.

Os trabalhos de Fries (1945) Teaching and Learning English as a Foreign Language e de Lado (1957) Linguistics across Cultures são considerados os pilares fundacionais da Linguística Contrastiva, também conhecida como Análise Contrastiva (AC) devido à sua filiação didática. Esta primeira conceção teórica defendia como elementos fulcrais da sua análise: a predição de erros resultantes do contraste linguístico, o estudo da transferência linguística e a supressão das interferências linguísticas.

Esta primeira conceção (hipótese forte) foi progressivamente abandonada devido à sua falta de fiabilidade científica e foi substituída por outras hipóteses (injustamente chamadas "fracas" devido a uma tradução inadequada) que evitam o apriorismo científico quanto ao erro e estudam a transferência linguística sem juízos linguísticos pré-estabelecidos sobre a transferência positiva e negativa.

Em virtude desta reformulação exegética da Linguística Contrastiva, podemos falar de duas formulações gerais da Linguística Contrastiva; A Linguística Contrastiva Teórica, que está ligada aos pressupostos da Linguística Comparativa, na medida em que procura indagar sobre a realização de uma determinada categoria universal numa ou varias línguas, e a Linguística Contrastiva Aplicada, que partilha com a teórica a busca da realização de determinadas categorias universais em diferentes línguas, mas acrescenta a procura da identificação de áreas de dificuldade interlinguística para serem aplicadas a diferentes disciplinas linguísticas, tais como o Ensino de Línguas Estrangeiras ou a Tradução ou várias subdisciplinas linguísticas, tais como a Análise do discurso, a Linguística de Corpus, a Pragmática, a Pragmalinguística,  a Semântica,  a Sintaxe,  a Sociolinguística,  a Morfologia,  a Fonética e Fonologia, etc. ..

Nos últimos anos do século passado e nos primeiros anos do século presente, temos assistido a um renascimento dos estudos de Linguística Contrastiva, alargando o seu campo de estudo e extravasando assim o seu campo de ação clássico: o Ensino de Línguas Estrangeiras, principalmente a nível fonético/fonológico e morfossintático.

 A Direção e a Comissão Redatorial da revista RUA-L, conscientes do vigor adquirido pelos estudos de Linguística Contrastiva na atualidade, solidamente fundamentados não só em obras gramaticais e linguísticas de referência, mas também em estudos empíricos de campo, entendidos como um instrumento útil de análise interlinguística que pode ser aplicado ao Ensino de línguas estrangeiras ou segundas línguas ou a outras disciplinas como a Tradução e em diferentes níveis linguísticos, abre o prazo para a receção de artigos científicos inéditos para o número a publicar em 2022 dedicado à Linguística Contrastiva. Será dada preferência a propostas que:

- Inserem-se nos campos da Sintaxe, da Pragmática (Pragmalinguística), da Análise do Discurso, da Semântica e da Sociolinguística. Contudo, outras propostas filiadas a outras áreas linguísticas podem ser consideradas, se o coordenador do volume temático o considerar apropriado;

- Efetuem uma abordagem sincrónica;

-Realizem um estudo binário ou ternário (inter)linguístico;

-Empreguem uma, como fator mínimo de exclusão, ou várias das seguintes línguas de contraste: português, espanhol, francês, inglês ou alemão.

Todos os manuscritos são submetidos a uma avaliação prévia duplamente cega por parte de membros de uma Comissão Científica / Arbitragem, constituída por investigadores e docentes afetos à Universidade de Aveiro e a outras instituições de Ensino Superior e centros de investigação portugueses e estrangeiros. A RUA-L publica um volume anual, em papel e em modo eletrónico de acesso aberto, sem custos acrescidos para autores e leitores.

As seguintes línguas podem ser utilizadas para a submissão de manuscritos: português, inglês, alemão, espanhol e francês. (vd. Normas de Aceitação / Publicação)

A RUA-L. Revista da Universidade de Aveiro – Letras está associada com o Departamento de Línguas e Culturas (DLC).

Editora: UA Editora.

ISSN: 0870-1547 | E-ISSN: 2183-4695.

A RUA-L adota a licença Creative Commons BY 4.0

A RUA-L está indexada em RCAAP e OpenAIRE e está em vias de ser indexada nas seguintes bases de dados: DOAJ, ERIHPLUS, Latindex, SCOPUS, SHERPA/RoMEO e Web of Science.

Áreas temáticas: Linguística Contrastiva, Análise do Discurso, Linguística de Corpus, Pragmática, Psicolinguística, Sociolinguística, Ensino de Línguas Estrangeiras, Tradução, Semântica, Sintaxe, Morfologia, Fonética e Fonologia.

Data limite para a submissão de artigos: 30 de junho de 2022

Notificação das contribuições aceites: 30 de setembro de 2022

Coordenador: Francisco José Fidalgo Enríquez

Enviar submissão de artigos para o seguinte endereço eletrónico: fjfe@ua.pt

Normas de aceitação/publicação