Interacção entre Estruturas Intervalares e Estruturas Espectrais: reflexões e exemplos musicais

  • Carlos Marecos Universidade de Aveiro
Palavras-chave: Estruturas Intervalares, Estruturas Espectrais, Timbre

Resumo

Proponho-me reflectir sobre a interacção entre estruturas intervalares e estruturas espectrais. Acredito que a interacção e a co-existência entre os dois tipos de estrutura poderão constituir uma experiência enriquecedora para a escrita musical.

Entendo por estruturas intervalares as estruturas musicais caracterizadas pelos intervalos que as constituem. Entendo por estruturas espectrais todas as estruturas que se possam relacionar com a componente espectral do som, seja na sua vertente harmónica como inarmónica.

Relaciono os dois tipos de estrutura com o fenómeno da percepção auditiva, sendo abordadas diferentes interacções entre elas, confirmando que o pensamento intervalar é compatível com o pensamento espectral e que a relação entre ambos tem uma influência determinante no resultado musical final, na eficácia da escuta e na sua fruição.

Estas reflexões centram-se em torno da minha música, a partir de exemplos de dois andamentos da obra “terra”, para orquestra de cordas.

Referências

Baillet, Jérôme (2000), Gérard Grisey, Fondements d’une écriture, Paris: Coédition L’Itinéraire, L’Harmattan.
Barrière, Jean-Baptiste (1991), Le timbre métaphore pour la composition, Paris: Christian Bourgois Éditeur, I.R.C.A.M.
Fichet, Laurent (1995), Les Théories Scientifiques de La Musique, XIX et XX siècles, Librairie Philosophique, France: VRIN.
Grisey, Gérard (2000), “Did You Say Spectral”, Contemporary Music Review, Vol. 19, Part 3, p. 1-3.
Harvey, Jonathan (2001), “Spectralism”, Contemporary Music Review, Vol. 19, Part 3, pp. 11-14.
Henrique, Luís L. (2009), Acústica Musical, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Menezes, Flo (2003), A acústica musical em palavras e sons, Cotia, SP: Ateliê Editorial.
Murail, Tristan (2004), Modèles & Artifices, Strasbourg: Presses Universitaires de Strasbourg.
Murail, Tristan (2000), “After-thougths”, Contemporary Music Review, Vol. 19, Part 3, p. 5-9.
Publicado
2010-10-15