A arte do looping: a loop station como instrumento de prática performativa musical
Resumo
Neste artigo procuro refletir sobre uma prática performativa musical que tem por característica utilizar a loop station – máquina que permite a gravação e reprodução de áudio de forma cíclica (o loop).
Em 2001, a empresa Boss lançou no mercado a primeira loop station. Foi desenvolvida como um pedal, ou seja, para se operar com os pés, de forma a possibilitar aos instrumentistas um auto acompanhamento. A loop station permite ao performer construir camadas de áudio de forma a criar uma estrutura (ritmo, linhas de baixo, harmonia, etc.) sobre a qual performa seu solo. Essa vertente é comummente designada por live loops.
Assim, este trabalho propõe perceber em que sentido a tecnologia da loop station põe em questão o conceito de prática performativa musical (Béhague, 1984) e suas implicações no e para o mercado da música. Parto da reflexão de minha situação enquanto looper (performer que incorpora a loop station em seu setup), de entrevistas com outros loopers e da análise de publicações científicas que abordem a utilização da loop station em performance musical, além de websites e comunidades virtuais acerca desse tema.