Bach, Sonatas BWV 1001, 1003, 1005 – Abordagens Interpretativas na Guitarra

  • Maria Paula Marques INET-MD – Instituto de Etnomusicologia, centro de estudos em música e dança. Universidade de Aveiro / Portugal
Palavras-chave: Sonatas BWV 1001, 1003, 1005 – Guitarra – Práticas Interpretativas – Interpretação Histórica – Performance

Resumo

Este artigo reflecte sobre as abordagens interpretativas das sonatas para violino de Bach que têm sido desenvolvidas na guitarra e apresenta uma proposta alternativa. Sistematiza as principais características de transcrições e gravações, e realça as suas inferências interpretativas. A análise empreendida mostrou estratégias recorrentes: adição de notas, modificação dos valores rítmicos, alterações às notas originais e opções de dedilhação que potenciam determinada articulação. A abordagem recorrente destas obras na guitarra enfatiza o lado harmónico do instrumento. Notou-se uma forte tendência para a modificação de vários aspectos do original e uma abordagem fundamentalmente idiomática na realização das sonatas. Estes aspectos inspiraram a procura de uma opção interpretativa diferente, que seguisse o autógrafo de Bach.
Problematizaram-se desafios colocados a uma interpretação num instrumento harmónico que mantém o texto original para um instrumento predominantemente melódico. A articulação tornouse um elemento central à investigação e à prática interpretativa, e na sua consideração abordaram-se questões respeitantes à prática barroca, à luz do conhecimento actual. O trabalho reúne investigação musicológica e artística, já que a análise das interpretações e das práticas referidas fundamentou e inspirou a procura de novos caminhos interpretativos e o desenvolvimento de aspectos que se têm descurado nas interpretações destas sonatas na
guitarra.

Publicado
2019-03-29