Conservadorismo e a Qualidade Informacional dos Resultados Contábeis Publicados: Um Estudo em Siderúrgicas Brasileiras

  • Romualdo Douglas Colauto Professor da Universidade Federal do Paraná – UFPR Mestado do Contabilidade da Universidade Federal do Paraná- UFPR Doutor e Mestre em Engenharia de Produção na área de Gestão de Negócios
  • Rafael de Lacerda Moreira Professor do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Mestre em Ciências Contábeis - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Marcelo Angotti Professor do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais Mestre em Ciências Contábeis
  • Oscar Neto de Almeida Bispo Professor do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Mestre em Ciências Contábeis - Universidade Federal de Minas Gerais
Palavras-chave: conservadorismo, Qualidade do Lucro Contábil, Accruals

Resumo

O Conservadorismo está ligado à tendência da contabilidade exigir um maior grau de verificação das boas notícias para reconhecê-las como lucro, em relação ao grau de verificação das más notícias para o seu reconhecimento no resultado do exercício. Assim, uma das características qualitativas da informação contábil, a Oportunidade, pode interferir no retorno econômico por estar relacionada ao Conservadorismo. O objetivo do artigo consiste em analisar o reflexo do Conservadorismo no resultado contábil por meio do reconhecimento assimétrico de boas e más notícias sobre o retorno econômico das ações nas maiores empresas do setor siderúrgico brasileiro. O estudo utiliza o modelo de Basu (1997) que permite investigar a relação entre as variáveis lucro contábil e retorno econômico, utilizando-se os valores dos retornos positivos e negativos como proxy de más e boas notícias. As empresas selecionadas para o estudo são a Usiminas, CSN e Gerdau Metalúrgica, as três maiores companhias do setor siderúrgico brasileiro no parâmetro valor das receitas operacionais. Os resultados mostram que não há reconhecimento do retorno econômico pelo lucro, tanto para retornos positivos ou negativos, uma vez que os coeficientes que medem o Conservadorismo contábil não são estatisticamente significantes para todas as empresas. Não se pode afirmar também, que os resultados das companhias estudadas reconhecem por meio de seus accruals as más notícias (perdas) de forma mais oportuna do que as boas notícias (ganhos). Uma possível explicação para não ter sido identificado o Conservadorismo nos demonstrativos financeiros é a utilização de determinados accruals para melhorar o resultado divulgado.

Publicado
2010-01-01
Secção
Artigos