Caracterização do relacionamento bancário num contexto de normas contabilísticas internacionais para pequenas e médias empresas: o caso de Portugal

  • João Pedro Henriques Mestre em Contabilidade e Auditoria
  • Filomena Antunes Brás Universidade do Minho
Palavras-chave: PME’s, relacionamento bancário, normalização contabilística, basileia II, Portugal

Resumo

As pequenas e médias empresas (PME’s) desempenham um papel extremamente importante em qualquer economia. Todavia, estas empresas não dispõem dos mesmos meios de financiamento ou têm acesso facilitado a fontes de financiamento tal com acontece com as grandes empresas. Por isso, a relação com o banco é de extrema importância, pois constitui o seu principal (ou mesmo único) fornecedor de capital financeiro e, também provavelmente, o principal utilizador da sua informação financeira. Todavia, verificamos que muito pouco se sabe da relação que existe entre estas duas entidades e muito menos no novo contexto bancário, com restrições impostas pelo Acordo Basileia II. Além disso, num contexto de criação/aplicação de normas internacionais de contabilidade torna-se pertinente averiguar em que medida tal contexto afeta a relação Banco-PME. Conhecer esta relação permitirá aos reguladores de mercado criarem as políticas necessárias ao fornecimento de crédito ao mesmo tempo que asseguram os interesses do financiador. É nesta sequência que surge este trabalho, que visa caracterizar o relacionamento bancário com PME’s em Portugal. Para atingir este fim, foi conduzido um questionário postal, realizado entre fevereiro e abril de 2007, a todas as instituições financeiras a operarem em Portugal e com segmento de negócio a envolver as PME’s. Obteve-se uma taxa de resposta de 34,9%, a partir da qual foi caracterizado o relacionamento bancário com PME’s. As principais conclusões a retirar prendem-se com a falta de uniformidade de conceito PME e tipologia de segmentação de crédito concedido às PME’s, bem como a informação das demonstrações financeiras ser tanto mais validada quanto for auditada. Além disso, os bancos não esperam que a informação financeira decorrente do novo normativo tenha um efeito significativo no relacionamento bancário.
Publicado
2013-01-01
Secção
Artigos