A aplicação dos testes de imparidade do Goodwill: estudo exploratório
Resumo
O goodwill tem sido objeto de permanente pesquisa e análise nos meios científicos e académicos, constituindo motivo de amplos debates, marcados pela ausência de concenso, quer no seu reconhecimento como ativo, quer na problemática da sua mensuração inicial e subsequente.
Com a recente alteração imposta pelos principais organismos reguladores, tanto a nível internacional como nacional, a contabilização do goodwill deixou de sofrer amortizações sistemáticas por períodos alargados que, no limite, poderiam atingir os 40 anos, para se sujeitar a testes anuais de perdas por imparidade.
A vasta literatura existente sobre a temática da mensuração subsequente do goodwill, consubstanciada em vários estudos realizados, corrobora a tese que o novo modelo de contabilização é um processo subjetivo, que apela a fortes componentes de estimação e cujos procedimentos, muito sujeitos a juízos profissionais, podem permitir a discricionaridade que conduza à manipulação dos resultados das entidades.
O principal objetivo deste trabalho consiste em compreender, através de um estudo de caso, se as entidades que registam goodwill nos seus ativos em Portugal, cumprem com o preceituado nas normas, procedendo anualmente a testes de imparidade do goodwill, e se, estes testes são realizados de acordo com os requisitos do novo modelo contabilístico, permitindo o correto reconhecimento e mensuração deste importante ativo e, se não são, porquê.
A investigação permite concluir, também, que a realização dos testes de imparidade do goodwill, é um processo complexo e que as entidades que o efetuam, sentem dificuldades na correta aplicação e cumprimento das normas.