Motivações na escolha do modelo de governação: evidência nas empresas cotadas Portuguesas
Resumo
O presente estudo pretende identificar as motivações/razões pelas quais as empresas portuguesas com valores cotados na Euronext, entre os anos de 2006-2013, decidiram por um Modelo de Governo em detrimento de outro (s).
Para o efeito, pretendeu-se, em primeiro lugar, compreender e descobrir quais são os fatores que explicam a escolha efetuada entre 2006 e 2007. Um considerável número de empresas, decidiu abandonar o Modelo Latino Simples e adotar o Modelo Latino Reforçado. Em segundo lugar, procurou-se encontrar evidências empíricas que explicassem, por parte das empresas, a sua escolha entre o Modelo Latino e o Modelo Anglo - Saxónico, no período 2006-2013.
Com base na literatura existente definiu-se como variáveis independentes: concentração acionista, independência do Conselho de Administração, robustez do governo das sociedades, internacionalização, dimensão, endividamento, rendibilidade do capital pr6prio, estrutura acionista e tipo de auditor e perfil de cotação.
Recorrendo ao modelo de regressão logística (Logit) verificou-se uma relação negativa, entre a dimensão e a escolha do Modelo Latino Reforçado, concluindo-se que, entre os anos de 2006 e 2007, foram as empresas de menor dimensão que mudaram do Modelo Latino Simples para o Modelo Latino Reforçado.
Relativamente ao estudo mais alargado entre os anos 2006 a 2013 (Modelo Latino vs. Modelo Anglo-Sax6nico) os resultados foram mais abrangentes e encontradas mais variáveis com capacidades explicativas, todas elas com uma associação positiva: a independência do Conselho de Administração, a robustez do governo das sociedades e a presença de capitais públicos na estrutura dos capitais.