Deus e Diabo na ótica transgressora de Machado de Assis

  • Maria Heloísa Martins Dias UNESP/São José do Rio Preto
Palavras-chave: Machado de Assis, Narrativa brasileira, Religiosidade, Transgressão, Ironia

Resumo

Tomamos dois textos de Machado de Assis – o conto “A Igreja do Diabo” (Histórias sem data, 1884) e um capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881) – com o propósito de discutirmos a visão desestabilizadora do escritor brasileiro no que se refere a valores institucionalizados e pré-estabelecidos na esfera religiosa. Procedimentos de construção inovadores são utilizados em sua narrativa ficcional para darem corpo ao posicionamento crítico do escritor, o qual reverte hierarquias e joga habilmente com a linguagem, seja pela ironia, seja pela subversão de provérbios, seja pelo resgate dialógico com a tradição. Em Machado, o leitor é convocado a uma participação ativa na recepção de seus textos, pois os sentidos são imprevisíveis e a maneira de estruturá-los também nos surpreendem, o que acentua o papel desautomatizador da literatura.

Referências

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MACHADO DE ASSIS, J. M. (1997). “A Igreja do Diabo”. In Histórias sem data. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 369-374. (Obra completa, v. 2). (1994). Memórias póstumas de Brás Cubas. In Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar.

MOTTA, S. V. (2006). O engenho da narrativa e sua árvore genealógica: das origens a Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. São Paulo: Edunesp.

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Publicado
2024-04-11